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NOTÍCIA

Pescador de Juína está sem receber o seguro desemprego e impossibilitado de trabalhar

Data: Terça-feira, 14/02/2012 00:00
Fonte: Marcelo Guedes

Estiveram em Juína no mês de novembro de 2011 representantes da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE), de Cuiabá, para efetuar as inscrições de pescadores profissionais da Colônia Z-20, que dependem do peixe para sobreviver, no seguro desemprego.

Os pescadores deveriam receber quatro parcelas do benefício. Mas não isso que vem ocorrendo com alguns pescadores onde não viram sequer o valor correspondente a uma parcela.

A situação difícil foi exposta pelo Presidente da Colônia Z-20, Carlos Capeleto. Ele informou que o problema se deve a alguns pescadores estarem com seus nomes vinculados ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e em virtude disso alguns não conseguem receber o seguro desemprego.

O agravante maior é que esses pescadores estão impossibilitados de receber o benefício e de trabalhar, já que a piracema ainda não acabou. Por lei, os pescadores que recebem o seguro desemprego não podem exercer qualquer outra função empregatícia durante o período.

Sem receber o benefício esses pescadores se vêem em uma situação lastimável, com contas a pagar e necessidades básicas a serem supridas, como comida, água, energia e outros.

Um desses pescadores que não conseguiu receber o seguro desemprego e está passando sérias dificuldades é o Sr Jair Aparecido Figueiredo. Ele explica que deu seu nome no Incra para receber terras de assentamento, mas acabou não conseguindo devido ter mais pessoas que áreas.

O resultado é que seu nome está vinculado ao órgão e bloqueado, já que para receber o benefício a pessoa não pode ter pego terras junto ao Instituto. Até provar essa situação Seo Jair terá que penar, já que a colônia vem tentando ajudar, mas está impossibilitada, uma vez que depende de escalão superior em Cuiabá.

"Eu me sinto muito mal, humilhado e sem poder fazer nada, agente tem as contas para pagar e se não fosse o pouco dinheiro que minha mulher recebe eu estaria sem nenhum amparo. Não sei mais o que fazer e não vejo uma solução para o problema", desabafou indignado.

Ele disse ainda que seu nome consta no Incra como assentado e mesmo tendo procurado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juína para que emitisse uma declaração constando que ele não possui terras da reforma agrária, o seu nome não foi retirado do banco de dados.

"Até agora não recebi o seguro e não tem previsão de receber. O Ministério do Trabalho não libera porque meu nome está no Incra como assentado. Está vencendo o período da piracema e nem poder pescar eu vou, já que até minha carteira de pescador foi bloqueada", finalizou.