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NOTÍCIA

Piracema no Rio Telles Pires gera dúvidas entre pescadores e biólogos

Data: Segunda-feira, 13/02/2012 00:00
Fonte: Eliza Gund de Alta Floresta

O período de piracema, que teve início no dia 01 de novembro, nos rios da Bacia Hidrográfica do Araguaia e no dia 05 de novembro, nos rios das Bacias Hidrográficas do Amazonas e do Paraguai, o período proibitivo se estenderá até o dia 28 de fevereiro de 2012. Um período de bastantes dúvidas entre meio aos pescadores da região.

“A piracema na bacia amazônica no meu ponto de vista, Amazônia e Araguaia deveria começar a piracema no dia 01/10 e terminar no dia 31/01, pois em outubro a gente já fisga peixes ovados e em fevereiro eles já estão totalmente sem ovas, ou seja, já desovaram”, frisou Edson Martins, pescador.

Estudos são realizados na região há 20 anos, é o que destaca a bióloga Solange Arroio, coordenadora do departamento de ictiologia do Campus da Unemat de alta Floresta. “Nós estamos esse ano, fazendo 20 anos de pesquisa na região, e a gente descobre que cada caso é um caso”.

Segundo a bióloga, os fatores climáticos também influenciam neste período de reprodução dos peixes. “O que a gente vê muito claro aqui na região, é que depende da característica da água, do clima, no período de chuvas, você tem peixes que começam a desovar mais cedo ou mais tarde. A gente pode ver isso não só no ambiente natural, como na piscicultura”, destacou Solange.

Um período diferenciado entre as Bacias Hidrográficas do Amazonas, do Araguaia e do Paraguai, não é descartada. “Não só o período de piracema ser diferenciado, também pra algumas espécies, eu acredito que a gente deva focar em mais estudos e pra algumas espécies não pescar aquele ano, porque isso facilitaria aumentar a quantidade de cachara, de pirarara, e de outras espécies que tem no rio e que pescadores precisam e que também são muito pescadas. Então a gente pode ter a piracema, não só numa determinada época diferente do Pantanal e do Araguaia, como também pra algumas espécies”.

Solange destaca que nas bacias como do Pantanal, estudos mais aprofundados são realizados, e que no futuro este período poderá ser diferenciado na Bacia Amazônica.  “O que eu acredito agora, é que nós possamos fazer reuniões junto com os pescadores, os órgãos ambientais, com o apoio da universidade para que isso se concretize”, finalizou Solange Arroio.