O governador Mauro Mendes (UB) avaliou que o Brasil está 'perdendo a guerra' contra as facções criminosas. O gestor voltou a defender penas mais duras e retomou a ideia de que o país deveria dar mais autonomia aos estados, como acontece nos Estados Unidos, para que cada unidade da federação tivesse suas próprias leis penais. As declarações foram dadas depois que Mauro foi questionado sobre a escalada de violência em mais uma cidade do interior do estado, desta vez com o homicídio de José Esponton, conhecido como 'Zé Gavião', em Aripuanã (958 km de Cuiabá).
"Temos um excelente nível de elucidação de crimes aqui no Estado. Todos os feminicídios que tivemos em Mato Grosso, apesar de ter um número muito alto, todos foram identificados e o autor colocado à disposição da Justiça. Vamos atuar firmemente. Agora, está triste! A gente está perdendo essa guerra no Brasil para as facções criminosas. Todo dia você vê o crime organizado se movimentando, aumentando a situação e o poder público batendo a cabeça com essas leis e a atuação inadequada que, a meu ver, existe nessa relação dos governos estaduais com o governo federal", ponderou Mauro na segunda-feira (30).
Para o governador, se no Brasil fosse como nos Estados Unidos, onde cada estado tem sua própria legislação, "as coisas seriam diferentes em Mato Grosso".
"Resposta firme está tendo todos os dias, a quantidade de operações contra as facções já tivemos este ano. Prendemos! Aí vem o juiz e solta. Tem pessoas que foram presas cinco, seis vezes e soltas num só ano com alvará de soltura. Temos um elemento lá que seis vezes foi preso e este ano e saiu da cadeia seis vezes com alvará de soltura", apontou Mendes.
O CRIME
José Esponton foi morto no sábado, 28 de setembro por dois suspeitos que chegaram à conveniência em que ele estava numa foto. Um dos rapazes desceu do veículo e começou a atirar. O garimpeiro tentou correr, mas foi atingido diversas vezes. A suspeita é de que o crime tenha assinatura de uma facção.
Uma câmera de monitoramento flagrou o momento da execução. Além dele, outras duas mulheres foram baleadas.