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NOTÍCIA

Ipatinguense assassinado em Aripuanã morreu por engano, afirmam pais

Pais de Ruan Pablo afirmam que jovem morto a tiros no Mato Grosso era trabalhador e morreu por engano

Data: Quarta-feira, 12/02/2020 19:25
Fonte: DIÁRIO DO AÇO
Foto: Wôlmer Ezequiel

Os pais de Ruan Pablo Costa Oliveira, assassinado a tiros em Aripuanã, no Mato Grosso afirmam que ele não estava envolvido com nenhum crime, tampouco fez nada de errado. Lauranir da Costa e Sérgio Oliveira receberam a notícia da morte do filho no dia 28 de dezembro do ano passado. A família de Ipatinga estava na cidade mato-grossense em razão do trabalho de soldador, do pai. Eles lamentam a perda de Ruan e esclarecem que o rapaz estava no lugar e hora errados, quando foi assassinado sem culpa de nada.

A primeira suspeita em relação ao crime foi de latrocínio (roubo seguido de morte), entretanto, os pais apontam que a motocicleta que estava com Ruan não foi levada. “A polícia me disse que era pra pegar outra pessoa, ele estava na hora e no lugar errados. Ele era inocente e espero que essa matéria repercuta por lá também. Tanto ele quanto o outro menino que estava no local, e que correu para pedir ajuda, não fizeram nada. Quem saiu atirando e matou meu menino está foragido. Prenderam um suspeito, mas o outro não. A Polícia alega que não podem divulgar foto do indivíduo, que não podemos saber, mas se não divulgam, como vão achar? Meu coração de mãe tem certeza de que existe algo que precisa ser apurado, mas não podemos citar nomes”, pondera Lauranir.

Sérgio Oliveira acrescenta que ele e a esposa acordaram por volta de meia noite e ligaram para o celular de Ruan Pablo. “Ele havia saído de casa por volta das 18h30. Quando a mãe ligou, quem atendeu foi um policial, que disse que meu filho estava morto. Marcamos um local para encontrar e ele me mostrou as fotos”, contou o pai, lembrando de como era a rotina em Aripuanã.

“Era um menino muito bom, trabalhava comigo. Sou soldador, recebi uma proposta de serviço e a notícia de que poderia levá-lo. Isso pra mim foi um atrativo, poder ter meu filho junto, ver ele desenvolver. Mas tiraram sua vida. Estávamos lá há poucos meses e ele quase não saía de casa. Foi até a praça para usar o wi-fi e não voltou mais”, recorda.

O pai esclarece que seu filho foi confundido com outra pessoa. “A investigação está quase concluída. Ele foi atingido por dois sujeitos, numa situação que está relacionada a um crime anterior. Na sexta-feira estávamos em casa, e o filho de uma figura pública da cidade foi vítima de uma tentativa de roubo. No meu ponto de vista, ele descreveu mais ou menos as pessoas, e meu filho se encaixava nas características físicas, o que levou a esse engano. Meu filho estava na praça, no lugar errado e foi alvejado”, afirma Sérgio.

Pedido

Os familiares querem que a imagem de Ruan Pablo continue como em vida: de uma pessoa boa, amiga e de fácil convivência com todos a seu redor. “O rapaz que esteva com ele no momento conseguiu escapar, Ruan não. Ele saiu de casa com a moto do amigo do Sérgio. O veículo não foi levado, a chave ficou na mão dele, os policiais pegaram de sua mão. Meu menino não conseguiu nem correr, o primeiro tiro foi por trás, ele não conseguiu escapar e foi alvejado diversas vezes”, conta a mãe.

A mensagem que Lauranir deixa é de que Ruan era um bom rapaz, não fazia distinção de pessoas, era muito educado e trabalhador. “Todos que foram ao velório puderam ver a mão dele pretinha de graxa. É muito doído levantar todas as manhãs e não ver meu filho na sua cama dormindo. Seu sonho era ter um negócio próprio e sua vida foi ceifada aos 17 anos. Ele estava muito feliz que ia completar 18 anos, sua carteira de trabalho seria assinada. O aniversário dele é no dia 11 de janeiro, o crime aconteceu dia 28 de dezembro. Ao menos pude cuidar do meu filho até o fim. Gostaria que os policiais agilizassem, quero justiça, meu filho teve a vida ceifada por usar o wi-fi e estar no lugar errado”, suplica a mãe de Ruan Pablo.