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NOTÍCIA

Romeiros cruzam o país com destino ao Santuário Nacional

Peregrinos não medem esforços para ver de perto a imagem de Nossa Senhora Aparecida no maior templo católico do país. Maioria chega de ônibus.

Data: Quarta-feira, 10/10/2018 20:10
Fonte: Por Tiago Bezerra, G1 Vale do Paraíba e região
Foto: Maria Salete/Arquivo pessoal

São quase dois dias dentro de um ônibus para superar os mais de 2,2 mil quilômetros que separam Maceió (AL) e Aparecida, onde fica o Santuário Nacional - maior templo católico do país - A fé conduz a devota Maria Salete Lisboa, que há 20 anos vem de longe para celebrar Nossa Senhora Aparecida.

As visitas que começaram como lazer, viraram mais tarde profissão. "A primeira vez [na Basílica] foi em 1998. Eu não conhecia nada, ninguém na cidade, e organizei para ir com um grupo. Fomos de ônibus e, de noite, eu não conseguia dormir, porque estava preocupada com o motorista e os passageiros. Apesar da ansiedade, cochilei. Sonhei que Nossa Senhora cobria o ônibus com seu manto e dizia que eu não precisava me preocupar, que era ela quem estava guiando", relembrou.

Hoje Maria Salete é agente de viagens e organiza excursões à Basílica quase todos os meses. Os grupos vão de ônibus ou de avião. "É trabalhoso, mas é uma experiência que, se não fosse a devoção e o amor à Nossa Senhora, não valeria a pena", disse.

A próxima viagem à capital da fé vai ser no dia 25 de outubro com um grupo de 90 pessoas. "Vem gente de vários lugares. Até de Natal e Aracajú, uma família divulga para a outra", explicou.

Distância ainda maior, de 2,4 mil quilômetros, é encarada pela gerente administrativo Sidete Maria Noatto Strappazzon. A mato grossense já foi de Juína a Aparecida três vezes, em romarias, para ver a imagem da santa de perto. A primeira vez foi há cerca de quatro anos.

"Conhecer Aparecida era um sonho de infância. Meus pais ouviam o Padre Vítor Coelho [missionário de Aparecida que ficou conhecido no rádio]. Eu sempre tive vontade de conhecer a cidade, mas a distância me segurava", afirmou.

Inspirada no padre Vítor, que faleceu em 1987, Sidete atua desde 2000 como radialista na Diocese de Juína. Ela comanda um programa dedicado à Nossa Senhora.

"Toda vez que você chega em frente ao Santuário Nacional, seu pensamento se volta à 'Mãe'. É algo impressionante, sempre como sempre fosse a primeira vez", descreveu.

Sidete Maria sempre visita Aparecida em romarias que vão de ônibus que partem do MT  — Foto: Arquivo pessoal/Sidete

Sidete Maria sempre visita Aparecida em romarias que vão de ônibus que partem do MT — Foto: Arquivo pessoal/Sidete

Quem também vem de longe é a irmã Célia de Jesus, secretária do setor pastoral da Diocese de Luziânia (GO). Desde 2016 ela vai a Aparecida uma vez ao ano, sempre em julho, com um grupo de cerca de 600 pessoas.

São quase mil quilômetros percorridos até Aparecida em uma romaria com dez ônibus levando romeiros. "Na última veza a gente saiu 1h da tarde e chegou no dia seguinte, às 6h da manhã, em Cachoeira Paulista. Paramos na Canção Nova e depois seguimos para Aparecida", disse.

Ela contou que, às vezes, alguns peregrinos vão até Minas Gerais de ônibus e, depois, continuam a romaria a pé, até a basílica, pelo 'Caminho da Fé'. Rota, com trilhas em estrada de terra, por onde os romeiros acessam Aparecida.

"É gratificante ver a devoção do povo, participar da história de cada um. É uma emoção lotar a casa da Mãe Aparecida com gente de todas as raças, todas as classes sociais", concluiu.

Romaria da irmã Célia, de Luiziânia, em uma das visitas à Basílica — Foto: Célia de Jesus/Arquivo pessoal

Romaria da irmã Célia, de Luiziânia, em uma das visitas à Basílica — Foto: Célia de Jesus/Arquivo pessoal

Número

Como o registro de romarias que vão ao Santuário Nacional não é exigido pela administração do templo, apenas as que se registram voluntariamente na Secretaria de Pastora são contabilizadas. O último levantamento, de to ano de 2017, apontou que a igreja recebeu 14,6 mil romarias.