No artigo anterior resumiu-se os ciclos civilizatórios anteriores até a chegada a era eletrônica que globalizou o mundo no fim dos anos 1990. As comunicações foram a primeira das maiores transformações da civilização humana, resumindo o mundo a uma aldeia global, sem fronteiras.
Com isso mudaram todas as metodologias das vivências humanas, desde o modo de se fabricar produtos, de influências sobre as pessoas através de uma mídia globalizada e amplificada. No lugar dos jornais de papel, os milhares de noticiosos através da internet, os sites com todas as gamas de informações, e mais recentemente duas ferramentas que detonaram tudo: as redes sociais tipo facebook, e o o google como site de pesquisas universalizado.
Se as pessoas e os mercados se globalizaram, uma simples compra através do cartão de crédito tornou-se uma decisão pessoal e uma corriqueira operação eletrônica com duração de alguns segundos. Abastecer o carro no posto de combustível é cada vez mais uma operação de rede. Do mesmo modo, uma cirurgia médica associa a perícia profissional a uma ferramenta eletrônica de alta precisão.
Os canais de televisão aberta perdem cada dia mais o sentido informativo e são substituídos pelos canais abertos e estes por ferramentas da internet com o youtube com bilhões de possibilidades de áudio e vídeo, e canais de filmes e documentários por assinatura de acesso.
Em pouco tempo não teremos mais nenhum canal de informação coletiva que de algum modo não esteja casado com a rede mundial de computadores, com direito a vídeo, imagem e conversação. Terá acabado definitivamente o isolamento individual que tanto marcou os seres humanos ao longo da civilização. Redes como o whatsApp e o Instagran, nos telefones celulares tornam qualquer ser humano um receptor e um produtor multimídia, capaz de receber e de gerar conteúdos individuais com amplo acesso coletivo. Que mundo será esse? Perguntaria angustiado o leitor. Um mundo eletrônico, talvez seja a melhor resposta.
Será o mundo em que nenhum dogma, aquelas verdades absolutas que antes duravam gerações, resistirá a mais do que alguns segundos. Ninguém dominará ninguém pela força de monopolizar informações. Pais não controlarão filhos, escolas não terão salas de aula, hospitais não terão consultórios, automóveis, aviões e todos os meios de transporte serão reinventados. A gestão da política e dos Estados terá que ser reinventada num mundo de comunicações em rede, perfeitamente horizontais.
Como será a relação de produção e de consumo entre o planeta, entre as pessoas e as relações da vida contemporânea futura? Tema de amanhã.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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