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NOTÍCIA

Juri condena casal que deu veneno de ratos para crianças; uma morreu

Penas de reclusão serão anunciadas nesta quarta-feira por magistrado

Data: Quarta-feira, 29/02/2012 00:00
Fonte: Inácio Roberto Luft/ Interativa FM e 24 Horas News

O Tribunal do Juri de Água Boa condenou nesta terça-feira  Risya Nara Rodrigues Campos e o seu companheiro, Marcio Leite Theodoro, pela morte de uma criança por envenenamento. Eles usaram venenos para matar rato. Os outros dois filhos da mulher,  Enildo Severo da Luz Filho, 10, e Helen Severo da Luz, 9 anos,  também foram envenenados, mas conseguiram sobreviver, após uma semana internados em estado grave em um hospital de Goiânia (GO). O caso – que chocou a população de todo Estado, ocorreu em novembro de 2010, na cidade de Cocalinho, região do Vale do Araguaia.

Márcio foi condenado por homicídio duplamente qualificado com aumento de pena e agravante por ser crime praticado contra menor de idade. Risya foi condenada por homicídio e por duas tentativas de homicídio triplamente qualificados, com agravante por ser contra menores e por serem seus filhos. A pena total será conhecida somente na manhã desta quarta-feira, 29.

Na época, primeiro a mulher disse que alguém teria entrado em sua casa e envenenado as crianças de madrugada, enquanto ela estava trabalhando na Prefeitura. Depois, Márcio confessou que o casal arquitetou o plano e deu veneno de rato para as crianças. Mas, na fase judicial do processo, ele alegou  que foi obrigado a confessar o crime pela ameaça dos policiais civis e de um soldado chamado Padilha. Risya, por sua vez, mudou a versão e  afirmou que por engano, deu o veneno no lugar de xarope para as crianças.

Segundo a promotora Clarissa Cúbis de Lima, na madrugada dos fatos, após dar veneno aos filhos, Risya saiu para trabalhar e deixou os filhos em casa. As crianças passaram mal e ela ao voltar, encontrou os filhos doentes, saiu e procurou socorro, voltando para casa. As crianças foram levadas ao Hospital, onde foram medicadas mediante lavagem estomacal e outros procedimentos.

Clarissa lembrou que os médicos queriam conversar com a mãe, mas ela não estava no local, e só compareceu ao Hospital quando foi buscada pela Polícia Militar. Em nenhum momento a mãe se preocupou em ajudar a salvar os filhos, sabendo que eles tinham ingerido veneno no lugar de xarope.

Márcio Theodoro declarou perante os jurados  que não participou de nenhum plano para matar as crianças de sua namorada, Risya. Márcio negou que tenha comprado o veneno para rato e que quando soube do envenenamento, saiu do serviço que estava fazendo e foi para casa, onde ficou o dia todo, até ser procurado pela Polícia. Ele  disse que os policiais, no caminho de Cocalinho para Água Boa, ameaçaram ele para que ele inventasse a história de sua participação no crime. Disse que no dia da tragédia, ficou na noite de sábado na casa de Risya até 1 h da madrugada, e depois voltou para a casa dos pais.

Numa acareação feita pela Polícia Civil de Água Boa na época da investigação, Márcio na frente de Rysia, confirmou que o casal tinha arquitetado o plano. Márcio também falou para outro colega de cela, logo após sua detenção, que eles tinham planejado o envenenamento das crianças. O colega de cela é Carlos Damascena, conhecido como ‘Pica Pau’.

O juiz presidente da sessão, Anderson Gomes Junqueira, informou que esse foi um dos maiores julgamentos já realizados na comarca, com forte apelo popular. Durante todo o julgamento, muitas pessoas compareceram a sala do Tribunal do Juri.