Muitas escolas da rede privada de ensino de Mato Grosso reduziram a sua política de inclusão social para aumentar a média de notas no Exame de Ensino Médio, o ENEM. Com isso, praticam a discriminação sócio/econômica com a finalidade única de obter uma classificação melhor entre as escolas do estado na média de notas do ENEM.
Na prática, as escolas acabaram o pré-vestibular e o Ensino Médio Noturno por considerar que os alunos que freqüentam este período não têm tempo de estudar, porque trabalham durante o dia, e porque a maioria é oriunda de escolas da rede pública e não teriam base para serem aprovados no Enem ou nos vestibulares.
Além disso, a maioria dos alunos que estudam a noite não tem poder aquisitivo para pagar as mensalidades que viabilizem financeiramente a escola. Portanto, estes alunos contribuiriam para reduzir a média de notas no ENEM e, consequentemente, a classificação da escola entre as melhores notas no processo seletivo.
Para o professor Francisco Carlos Oliveira, diretor superintendente do Colégio Isaac Newton (CIN), em Cuiabá (MT), liderar nos vestibulares e no ENEM é ter maior número de aprovações, principalmente nos cursos mais concorridos e não necessariamente ter a maior media no ENEM.
“O CIN é líder em aprovações nos vestibulares/ENEM e só não possui a maior média no ENEM/MT devido a forte política de inclusão social ao funcionar o pré-vestibular e terceirão noturno com bolsas integrais e meia bolsa de estudo para a maioria dos alunos”, observa o professor.