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NOTÍCIA

Valor da terra sobe até 636%

Data: Terça-feira, 08/06/2010 00:00
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Fonte:gazetadigital/Vivian Lessa

O valor do hectare subiu até 636,23% em algumas regiões de Mato Grosso nos últimos 3 anos. No município de Pontes e Lacerda, por exemplo, o preço da terra aumentou de R$ 200 para R$ 1,5 mil. Os dados, que fazem parte do levantamento feito pela Agra FNP, apontam que o incremento na demanda contribuiu para a valorização das terras mato-grossenses, atualmente avaliadas em uma média de R$ 2,558 mil (por hectare). Em 2007, o preço pelo hectare no Estado chegava a R$ 1,951 mil. A variação nesse caso é de 31%.

A gerente de Agroenergia da consultoria Agra FNP, Jacqueline Bierhals, explica que o Estado está sofrendo com a desvalorização das commodities, cujos preços são o principal termômetro para a cotação das terras. No entanto, ela acrescenta que a procura pela região é responsável por manter os índices em ascendência. "De maneira geral, o produtor não está precisando liquidar suas terras. Além disso, a situação se mantém estável porque muitos estrangeiros optaram por investir no Estado".

De acordo com Jacqueline, a questão ambiental é um dos fatores que vêm influenciando no preço das terras em Mato Grosso. O proprietário de uma imobiliária em Colniza, João Fontes, confirma que a falta de georreferenciamento das áreas vem provocando a estagnação do mercado imobiliário do setor rural. "Quem tem não quer vender a área por um preço mais baixo". Esse comportamento também é destacado para o corretor de Rondonópolis, José Veríssimo. Apesar disso, ele afirma que em algumas regiões, as especulações para a implantação de infraestrutura fez majorar o preço das áreas.

"Por exemplo, com a vinda da Ferronorte, a região de Itiquira já está sinalizando preços melhores para a venda". Conforme ele, em média áreas direcionadas à pecuária custam de R$ 2 mil a R$ 3,5 mil por hectare, enquanto que as agricultáveis estão avaliadas entre R$ 6 mil a R$ 7 mil/ha.

Brasil - Nos últimos 3 anos, em média, o preço da terra no país aumentou 42%, segundo o levantamento feito pela Agra FNP. Nos últimos 36 meses (de maio/junho de 2007 a março/abril de 2010), a valorização média das terras no Amapá, por exemplo, foi de 117,9%. No Piauí, a alta chegou a 70,1%. Situação semelhante é a do Oeste da Bahia, onde se concentram grandes propriedades com índice de produtividade mais alto do que o americano no caso da soja.

Nos últimos 12 meses, por exemplo, o hectare no Maranhão valorizou, em média, 16,8% e, em alguns casos, chegou a 66,7%. Nestas regiões o hectare custa a partir de R$ 100. Já no Acre ou no Amazonas pode sair por R$ 50 e chegar a R$ 2,8 mil. O levantamento ainda aponta que o hectare do país mais caro está em Santa Catarina, no valor de R$ 37 mil.