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NOTÍCIA

Conflitos agrários e exploração de madeira criam “clima tenebroso” em MT

Data: Sábado, 24/12/2011 00:00
Fonte: Vitor Vieira em colaboração para 24 Horas News

Na floresta Amazônica ao norte do estado de Mato Grosso o ambiente é temoroso. O conflito agrário e a exploração ilegal dos recursos naturais criam uma atmosfera fora da lei. Chico Mendes (1988), Doroti Stang (2005) entre vários outros, conhecidos ou anônimos,  demonstram a fragiliadade de resolução destes conflitos, disputas que movimentam terras, sangue e dinheiro.

O roubo de madeira em Nova Monte Verde,  a 960 quilômetros  da capital do Estado, teve fim. Uma ação conjunta no ultimo dia 15  entre Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Defensoria Publica desocupou grileiros da Fazenda Apiacás I e emitiu prisão preventiva aos foragidos. Na área uma situação calamitosa,  areas de nascentes depredadas e extrativismo beirando a desertificação e uma  arean de 300 hectares.

O bando, segundo informações, devastava cerca de 100 metros cúbicos por dia de madeira da floresta amazônica, atuando desde junho deste ano a quadrilha pode ter derrubado mais de 3.500 arvores de madeira de lei.
Técnicos do Ibama e policia civil devem concluir nos próximos dias laudo de constatação dos danos causados, os proprietários da área vitimas da ação criminosa estão propondo ações no sentido de punir os autores civil e criminalmente.

No local foi encontrado  cerca de 500 m³ de madeira de lei prontas para o transporte,  maquinário pesado e um impacto ambiental calamitoso. A quadrilha dispunha ainda de uma central de rádio amador e, segundo moradores da região, grande poderio armado.
 
Suspeita-se que a  quadrilha faz parte de um esquema, na qual madeireiras são parceiras serrando e “esquentando” a madeira no pátio das serrarias, o transporte de madeira roubada é feito com respaldo de projetos legais.
 
Pistas indicam que projetos são aprovados com elevada volumetria (30 metros cúbicos por hectare) enquanto fisicamente possuem menos madeira aproveitável, desta forma,com a “sobra” de papel é possível “esquentar” madeira.  Tirada de local diverso do aprovado em projeto de manejo, esta pratica tem devastado o patrimônio natural  da floresta amazônica e combatida em diversas operações do Ibama e Policia federal.

Para o representante jurídico da fazenda Apiacás I, Robson Ourives, a eficácia da ação conjunta das autoridades trouxe direção e controle a situação. "Acalmaram-se os ânimos e a justiça, prevaleceu, restaurando a ordem, preservando vidas e a nossa riqueza natural", afirmou já analisando medidas de recuperação dos impactos locais.
 
Segundo a assessoria de imprensa do Ibama Centro-Oeste, a operação vem em repreensão ao processo de devastação da floresta.O ARPA ( Programa Áreas Protegidas da Amazônia) é um programa do Governo Federal, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), gerenciado pelo FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e financiado com recursos do Global Environment Facility (GEF) - por meio do Banco Mundial -, do governo da Alemanha e do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW) apoiados pelo WWF - por meio do WWF-Brasil e do Fundo Amazônia, por meio do BNDES.