O lobby da pesca profissional pode atrapalhar a implementação do sistema pesque-e-solte em todos os rios do Mato Grosso. A proposta, que reformula radicalmente a Lei da Pesca no Estado, deveria ser discutida na ultima segunda-feira, 12, acabou adiada para terça e, no encontro entre os políticos e autoridades do setor, não houve avanços e a proposta só deverá ser votada no ano que vem.
Mas para o “sonho” dos pescadores amadores virar realidade muitos obstáculos deverão ser superados. Uma fonte revelou que “não será nada fácil” estabelecer a obrigatoriedade do pesque-e-solte nos rios mato-grossenses. “Como vocês sabem, a pesca profissional comanda aqui. Então, fica difícil praticamente interromper essa atividade com o que propõe essa nova lei. Ainda teremos muitas discussões”, diz.
O projeto foi feito por meio de uma parceria entre a Associação Mato-grossense de Ecologia e Pesca Esportiva (Amepesca) e a secretaria de turismo local. A medida visa a total proteção dos estoques pesqueiros, inclusive com a proibição do transporte e da comercialização de diversas espécies.
Apesar da resistência, o projeto conta com um importante trunfo: o apoio do governador Silval Barbosa (PMDB). Segundo a Ampesca, o mandatário havia gostado da proposta e teria se comprometido a incentivá-la até a sua completa aprovação.
O deputado estadual Sérgio Ricardo (PPS), um dos responsáveis pela proposta, observou que existem muitos pontos ainda serão debatidos. Entre eles, a implementação da “cota zero” em todos os rios do Estado, a qual pode ser menos restritiva, autorizando até 2 kg diários por pescador amador licenciado.
Os parlamentares querem tempo para discutir as propostas. Acreditam que os próximos 45 dias serão suficientes para outros segmentos serem ouvidos, como a Universidade Federal de Mato Grosso e outros centros de pesquisa. Vale lembrar que o Poder Legislativo Estadual entra em recesso na próxima semana.