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Família lança livro autobiográfico do primeiro prefeito de Barra do Garças

Data: Domingo, 30/05/2010 00:00
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Fonte:olhardireto/Ronaldo Couto

Se ele estivesse vivo estaria completando 100 anos de idade. A história do primeiro prefeito de Barra do Garças, Antônio Paulo da Costa Bilego, escrita por ele mesmo, com o título “Memórias de um Pau de Arara, um batelão de história” foi lançado neste sábado (29) em Barra do Garças. O livro conta a história de um maranhense que chegou com 9 anos a região do Araguaia e ajudou a escrever a história de Barra do Garças como primeiro prefeito do município.

O livro de Bilego foi organizado pelo escritor José Mário Miguez, autor do livro do Primeiro seqüestro aéreo da Humanidade, e tem o prefácio do conselheiro do Tribunal de Contas do estado de Mato Grosso, Humberto Bosaipo, que participou da noite de autógrafos no anfiteatro da prefeitura. “Para mim é uma honra prefaciar esse livro porque me considero da família e entendo que Bilego foi um homem visionário porque teve a visão da floresta em vez da árvore”, destacou Bosaipo se referindo ao fato dele ter transferido a sede do município de Araguaiana para Barra do Garças em 1948.

O conselheiro Bosaipo conta que Bilego era amigo do seu pai, Raimundo Melo, segundo prefeito da Barra. Ele recorda que Bilego ajudou no sustento da família desde os 14 anos e depois contribuiu na luta dos garimpeiros para se fixar nos rios Araguaia e Garças. No prefácio que escreveu, o conselheiro enfatiza que Bilego chegou a pegar em armas para lutar em favor dos garimpeiros e contra a imposição do governo e teve participação da revolta de Morbeck.

Outro fato histórico mencionado pelo conselheiro foi sobre a revolução de Aragarças, em 1959, quando major Veloso seqüestrou um avião comercial desviando-o para Aragarças e houve um bombardeio para recuperá-lo. “Naquela época minha mãe pegou eu e meus irmãos que éramos todos pequenos e foi para casa do seo Bilego que era nosso porto seguro” recorda Bosaipo.

O livro conta pormenores desses detalhes mencionados pelo conselheiro e foi conservado a sete chaves pela família por 19 anos, desde que Bilego morreu. Os manuscritos foram guardados pela viúva Alice Bilego e a organização dos textos contou com a participação dos filhos Paulo Emílio, Paulo Bilego e Mauralice Bilego. Os netos Erica Bilego e Mário Bilego também participaram na revisão e capa do livro que revela detalhes inéditos sobre a transferência da sede do município de Araguaiana para Barra do Garças.

Bilego chegou a ser inspetor de Exatorias em Barra do Garças e depois foi convidado pelo governador nomeado Frederico Soares de Campos para ser prefeito de Aripuanã onde escreveu o seu nome da história. Diversas autoridades compareceram no lançamento do livro como o vice-prefeito de Barra do Garças, Irineu Pirani; a presidente da Câmara Municipal, Antônia Jacob; advogado Daphinis de Oliveira e o pró-reitor da UFMT de Barra do Garças, José Marques Pessoa.