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Gravações mostram fraude no corte e transporte de madeira em MT

Data: Quinta-feira, 27/05/2010 00:00
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Fonte:globo rural

CUIABÁ - Escutas telefônicas mostram como funcionavam as fraudes no corte e no transporte de madeira, em Mato Grosso. Enquanto para algumas propriedades as licenças eram dificultadas, para os envolvidos no esquema havia facilidade.

Segundo o Sindicato dos Madeireiros de Sinop, o plano de manejo na Secretaria de Meio Ambiente demora até dez anos para ser aprovado. “Devido à legislação que é muito extensa e muito exigente. Dificilmente, consegue-se juntar toda a documentação para poder fazer os trâmites. Além disso, passa por uma série de análises”, disse José Eduardo Pinto, presidente do sindicato.

Isso sem falar no tempo que os fiscais demoram para vistoriar as áreas. Na região de Aripuanã, por exemplo, os proprietários têm de esperar um ano até que as áreas sejam vistoriadas. Mas os investigados pela Polícia Federal conseguiam facilidades para aprovar os projetos de manejo.

No grampo telefônico autorizado pela Justiça o então secretário-adjunto da Sema, Afrânio Migliari, fala com um servidor. Os dois acertam uma vistoria numa área da família do ex-conselheiro do Tribunal de Contas Ubiratan Spinelli.

A Fazenda Infinito, da empresa Lagoa das Conchas, é uma das propriedades investigadas pela Polícia Federal. Há indícios de que mesmo depois do vencimento da licença a empresa continuou a explorar a floresta, o que é ilegal.

As escutas também revelaram uma das táticas irregulares dos madeireiros: transportar toras com a mesma nota.

Enquanto a Polícia Federal e a Interpol caçam 27 foragidos. Os que estão presos mobilizam um pelotão de advogados para tentar sair da cadeia. Em Brasília, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região estão pelo menos 40 pedidos de habeas-corpus. Entre eles, está o de Janete Riva, mulher do presidente da Assembleia Legislativa, e de Luis Henrique Daldegan, ex-secretário de Meio Ambiente.