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NOTÍCIA

Exploração imobiliária seca baía que serve de cartão postal ao Rio Paraguai

Data: Sexta-feira, 21/10/2011 00:00
Fonte: João Arruda de Cáceres

Um os cartões postais do município de Cáceres, principal cidade do Oeste de Mato Grosso, a Baía das Pombas, onde se situa o Porto do Sadao,  se esvaziou e nos últimos quatro meses o transbordos dos barcos vem sendo feito a reboque de um pequeno trator, apelidado de "Jerico", que arrasta as lanchas até o leito do rio Paraguai a uma distancia superior a 500 metros. A corrida imobiliária na margem esquerda do rio Paraguai, não poupando baias, corixos, com construções de muros de contenção, aliada ao assoreamento de uma extensa chamada de “Fordinho” vem provocando alterações rio abaixo, esvaziando baías e furados numa longa extensão do rio Paraguai.

A situação é mais grave, no trecho em que situa o Porto do Sadao, local que se concentra cerca de 400 embarcações voltadas para lazer/recreio e para pesca. Para se retirar essas embarcações, somente com o auxilio do “jerico” que arrasta os barcos, motores, suprimentos até se atingir o rio Paraguai, algo que antes era feito naturalmente pela água corria dentro da Baía das Pombas.

A situação verificada, no entanto,  não se restringe apenas a essa área. Ela se estende ainda ao braço do rio Paraguai que margeia a área central. Na quinta-feira, 21, por exemplo a régua da Agencia Fluvial do Pantanal- órgão da Marinha do Brasil, registrava 1,2 metros. Em alguns pontos é possível atravessar andando por onde foi leito, algo impensável até pouco tempo.A navegação até mesmo de pequenas embarcações e até mesmo canoas estão suspensas.

Entre os anos de 1997 até 1999, o então curador do Meio Ambiente Domingos Savio Barros de Arruda, representante do Ministério Publico, ajuizou ações ma justiça de Cáceres visando impedir a farra imobiliária ao longo das margens do rio Paraguai. Entretanto apesar da visível degradação que se nota nas bordas do município especialmente onde se inicia a planície do Pantanal, praticamente nada foi feito. Até mesmo a existência de dragas fixas – dentro do perímetro urbano da cidade funciona normalmente – extraindo material e depositando resíduos químicos e de material descartado para o leito do rio.

Na comunidade a expectativa que uma desocupação em áreas de preservação ambiental como margens das  baías e do rio Paraguai, apontadas como área de servidão do Departamento de Patrimonio da União,  é aguardada pelos ambientalistas, enquanto isso não ocorre, o desmatamento é cada vez mais acentuado.

No próximo dia 27 deste mês o militar reformado da Marinha do Brasil , Renato Thomaz, gaucho de Torres, que está radicado em Cáceres há mais de 30 anos, coordenará a 27ª edição da limpeza do rio Paraguai. Já os movimentos sociais articulam a realização de palestras, apresentações culturais e principalmente manifestações em defesa do rio Paraguai para o dia 14, data reservada ao rio que o principal formador doPantanal, a frente dessa programação estão os ativistas sociais Solange Ikeda; Alonso Batista, Padre Isidoro Salomão e o Grupo Raizes.