“Marcha da maconha” pode parecer um tanto pesado. Então, organizadores do evento decidiram colocar tudo no liquidificador: Código Florestal, a greve dos professores da rede estadual, a diminuição das reservas indígenas, a luta por mais investimento na agricultura familiar, o kit anti-homofobia do MEC, enfim, para dar uma “coloração” menos agressiva à luta pela legalização do uso da droga. O evento em Cuiabá, um dos oito que acontecerá em todo o Brasil, deve iniciar às 14 horas, na Praça Alencastro, no centro.
Na Marcha da Liberdade, cada um vai defender a sua bandeira” – anunciou a jornalista Mariana Freitas, uma das organizadoras do evento. O objetivo é propor um debate sobre questões que vem incomodando a sociedade, são várias bandeiras e pensamentos unidos em prol da Liberdade de expressão, liberdade essa que abrange todas as outras.
Na quarta-feira, o Supremo garantiu o direito a manifestações pela legalização de drogas em todo o Brasil. Por unanimidade dos oito ministros que participaram do julgamento, a partir de agora, a Justiça não poderá proibir protestos e eventos públicos, como as marchas da maconha.
A marcha está sendo organizada principalmente pelas redes sociais e tomando proporções até então não imaginadas. Ganhou corpo, porém, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com previsão de saída as 17 horas, os marchantes subirão a avenida Getúlio Vargas em direção a praça 8 de Abril para o ato final. Calcula-se a participação de mil pessoas.
“Temos plena consciência que outro mundo é possível, um mundo alicerçado em valores atualmente esquecidos, tais como ética, equidade social, cooperativismo, gratidão, e tantos outros”, diz o comunicado.
Mas, engana-se que quem for para a marcha poderá encontrar solo fértil para fumar maconha na rua. procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Marcelo Ferra de Carvalho, afirmou que os manifestantes que fizerem apologia ao uso da maconha serão presos em flagrante. Ele explicou que a decisão do STF liberou apenas os protestos a favor da legalização da droga em todo o Brasil, mas não a apologia ao crime.