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NOTÍCIA

Enfermeiros ameaçam greve por falta de insumos nas unidades de saúde

Data: Quinta-feira, 09/11/2017 00:00
Fonte: Valquiria Castil, especial para o GD

 

Enfermeiros que atuam na rede pública de saúde de Cuiabá cogitam uma nova paralisação por causa da falta de insumos e medicamentos para atender pacientes dentro do Pronto-Socorro Municipal, policlínicas e postos de saúde. Um ofício interno, assinado por médicos e enfermeiros nesta quinta-feira (9), relata superlotação, falta de utensílios médicos, macas e profissionais e pede em caráter de urgência providências para os servidores.

 

O ofício enviado pelo setor de sutura do Pronto-Socorro e descreve que dentro da unidade existem hoje 137 pacientes distribuídos nos corredores e até na recepção sem o mínimo de “humanização”, conforme prega a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB).

 

O comunicado diz ainda que não há materiais para realização de curativos e procedimentos de emergência. Também não têm macas para realização de exames de imagem e nem local para acomodar os pacientes, além de não ter enfermeiros suficientes para prestar assistência de qualidade.

 

Segundo uma fonte do Gazeta Digital, tal situação estaria atrelada à falta de má gestão da Secretaria Municipal de Saúde, que teria usado o orçamento do ano inteiro apenas no primeiro semestre de 2017.

 

“Nunca passamos dificuldades como esta por falta de material de trabalho. As unidades dos bairros estão em situação precártia, sem raiox, sem teto, sem médico e tudo tem sido demandado para o Pronto Socorro que não está em condições de atender esse fluxo. Os corredores estão cheios, a gente está mandando paciente embora porque não tem medicamento”, desabafou um enfermeiro, que não quis se identificar por receio de represálias.

 

O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso, Deamir Souza Soares, foi procurado para comentar a situação da categoria a possibilidade de paralisação, mas o celular estava desligado. 

 

Outro lado - A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada pela reportagem e admitiu a falta de insumos e superlotação no Pronto Socorro. No entanto, atribuiu a situação à falta de repasses de recursos do Governo do Estado. 

 

“Esta superlotação tem sido crônica, mas foi agravada porque a Secretaria Municipal de Saúde vem enfrentando dificuldades em receber os repasses do Governo do Estado. E como este problema têm sido comum a outros municípios, onde muitos hospitais estão fechando as portas e paralisando os atendimentos, os pacientes do Estado procuram a referência em Saúde que é aqui em Cuiabá e nós estamos atendendo esses pacientes com muita dedicação”, frisou a diretora do PS, Zamara Brandão.

 

Veja ofício abaixo

Reprodução/Gazeta Digital