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Funcionários dos Correios entram em greve e mato-grossenses devem enfrentar atrasos nas entregas

Data: Quarta-feira, 20/09/2017 00:00
Fonte: OLHAR DIRETO

Funcionários dos Correios entram em greve e mato-grossenses devem enfrentar atrasos nas entregas

 

Contra o desmonte e a possível privatização da instituição, funcionários dos Correios de Mato Grosso entraram em greve nesta quarta-feira (20). Embora a empresa garanta que em Mato Grosso, 91,05% do efetivo está trabalhando – o que corresponde a 1.363 empregados, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect) afirma que apenas 30% dos servidores mantém os serviços. A porcentagem é estabelecida por lei e prevê que parte dos trabalhadores continuem suas atividades.



O presidente do Sintect, Edmar dos Santos Leite, diz que dos sete centros de distribuição em Cuiabá e Várzea Grande, quatro funcionam parcialmente e três estão integralmente paralisados. Por meio de nota, os Correios informaram que o movimento não afetará os serviços de atendimento. Segundo a assessoria, até o momento, todas as agências, inclusive nas regiões que aderiram ao movimento paredista, estão abertas e todos os serviços estão disponíveis.



“Nesses locais, a instituição colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Os Correios informam que o movimento está concentrado na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã de hoje mostra que 93,17% do efetivo total dos Correios no Brasil estão presentes e trabalhando — o que corresponde a 101.161 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença”, diz o texto.



Edimar reforça que, embora os trabalhadores já possuam uma pauta de reivindicações relacionadas à qualidade de trabalho e reajuste salarial, estas questões passaram para segundo plano depois do anúncio do Governo Federal que menciona a possibilidade de privatização. “Se os Correios forem privatizados, a população que vive na periferia e em cidades do interior deixará de ser assistida pelo serviço, que hoje abrange todas os municípios do país.”



Para Edmar, o sucateamento da empresa começou há cerca de 10 anos. Desde então, a marca, uma das mais respeitadas pelos brasileiros, passou a decair. O número de funcionários foi reduzido por meio de demissões induzidas e há seis anos não há concurso público para novas contratações. "As cidades crescem e o número de funcionários diminui. Eles fazem isso para que a população acredite que a saída é a privatização." 

 


As negociações com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas esta semana. Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa.



Com isto, os mato-grossenses podem se preparar para enfrentar possíveis atrasos nas suas entregas.