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NOTÍCIA

Galli diz que JBS “perdeu tempo” se esperava algo em troca de doação

Deputado federal foi beneficiado com doação da JBS em 2014

Data: Sábado, 27/05/2017 00:00
Fonte: JARDEL P. ARRUDA DO OLHAR DIRETO

MidiaNews

Deputado federal Vitório Galli, que recebeu R$ 30 mil da JBS para campanha

 

Um dos 10 políticos de Mato Grosso beneficiado com doação da JBS em 2014 e foram eleitos, o deputado federal Victório Galli (PSC) afirma que a empresa “perdeu tempo” com ele se esperava receber alguma coisa em troca do apoio eleitoral. Contudo, vê a delação dos donos do grupo, os irmãos Josley e Wesley Batista, como uma “bomba” em Brasília, com poder de ter acabado com clima das votações das reformas.



“Eles perderam tempo comigo. Eu nunca recebi ninguém da JBS no meu gabinete. Eu nunca fui procurado por ninguém deles. E nem pelo partido para votar alguma coisa para eles. Talvez porque eu ainda seja um político ‘anônimo’ e que sempre preza pela ética”, avaliou o deputado federal que compõe a bancada evangélica e atualmente coordena a bancada federal de Mato Grosso.



Vitctório Galli recebeu R$ 30 mil em doação da JBS através de verbas repassadas pelo PTB, partido que compunha com o PSB uma chapa proporcional na eleição de 2014, conforme a legislação eleitoral permite. Dessa forma, ele assegura nunca ter tido qualquer relação com a empresa e que nem tinha conhecimento da origem do dinheiro. Além disso, Galli ressalta ter sido o parlamentar que recebeu a menor doação.



“Eu só fui descobrir que esse dinheiro venho da JBS depois da eleição, quando o TSE queria saber a origem do dinheiro que veio do PTB. Só aí eu descobri. Mas eu recebe a menor quantia entre os deputados. R$ 30 mil não faz nem diferença na campanha de um deputado federal”, ponderou.



Entretanto, se por um lado o deputado federal afirma que a delação da JBS, que fala sobre esquemas de financiar campanhas eleitorais de através de doações legais e de caixa 2 por meio de propina para então se beneficiar com apoio do político eleito, não o afeta, o mesmo não vale para o “clima” no Congresso.



“Brasília pegou fogo literalmente nessa semana, com as manifestações. Agora é hora de reorganizar. Não há clima para votar as reformas. É preciso ter calma”, disse. Conforme Victório, é preciso ter calma para encontrar uma solução e findar a instabilidade. Isso pode acontecer, inclusive, com a retomada do julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode acabar na cassação do mandato do presidente Michel Temer (PMDB), um dos maiores afetados pela delação da JBS.