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NOTÍCIA

Debate sobre os direitos indígenas no contexto das hidrelétricas nas bacias dos rios Teles Pires e Juruena

O evento será no dia 18, na UFMT.

Data: Domingo, 09/04/2017 00:00
Fonte: Por Sucena Shkrada Resk/ICV

 

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A programação da Semana dos Povos Indígenas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem como destaque, no período da manhã do dia 18 de abril, a mesa “Os Direitos Indígenas no contexto das hidrelétricas nas bacias dos rios Teles Pires e Juruena” e a apresentação do documentário “O Complexo”. O vídeo é uma produção do Fórum Teles Pires e da Foresti Comunicação, com apoio do Instituto Centro de Vida (ICV), da International Rivers – Brasil e da Fundação Mott.  O evento será realizado no auditório do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia – Musear/UFMT.

 

O painel tem como convidados João Andrade, coordenador do Núcleo de Redes Socioambientais do ICV; Andreia Fanzeres, coordenadora do Programa de Direitos Indígenas da Operação Amazônia Nativa (OPAN); Dorival Gonçalves Júnior, professor da Engenharia Elétrica da UFMT e Darlisson Peixoto Apiaká, liderança indígena da aldeia Mairowi, no rio Teles Pires. A coordenação é da professora Thereza Martha Presotti, da UFMT.

 

“É importante que os indígenas, no atual contexto de desestruturação da interveniência da Fundação Nacional do Índio (Funai) e das discussões do Congresso quanto a demarcações de terras indígenas, possam se apropriar deste discurso em defesa de seus direitos”, afirma Andrade, que também assina o roteiro de O Complexo, com Thiago Foresti.

 

Segundo o coordenador do Núcleo de Redes Socioambientais do ICV, em relação aos empreendimentos, o FTP e o ICV têm constatado por meio de monitoramento independente, que existe uma série de descumprimentos. “Os indígenas precisam ser atores ativos neste processo. Um evento que discute este tema na universidade, favorece uma leitura maior destes cenários e que estudantes indígenas e não-indígenas se apropriem do tema”, afirma.

 

O documentário traz uma mensagem muito forte, de acordo com a professora Thereza Martha sobre o que está acontecendo nesta região. “Como historiadora, vejo a importância de perceber estas grandes pegadas que estão sendo deixadas por este modelo de destruição e buscar fortalecer das nossas alianças pela consciência com as organizações socioambientais, indigenistas e associações indígenas”, diz.

 

O público universitário, de acordo com Thereza, são principalmente estudantes que serão futuros professores, além dos próprios docentes e da sociedade civil convidada. “A partir destas imagens e narrativas, no O Complexo, é revelado um verdadeiro holocausto que está acontecendo. A exemplo de Belo Monte, já mostra como este processo é pernicioso e atroz, do ponto de vista dos direitos. A fala desses indígenas no documentário nos tocam emocionalmente, mostrando que a água sagrada aos indígenas, diz respeito a todos nós, ao nosso Estado e ao nosso planeta”, analisa.

 

A Semana dos Povos Indígenas será realizada entre os dias 17 e 20 de abril e é uma realização do IGHD – Departamento de História, do Etrúria – Laboratório de Estudos de Memória, Patrimônio e Ensino de História e o Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT em parceria com o ICV, o Fórum Teles Pires, a Opan e o Instituto Yukamaniru.

 

SERVIÇOS:

MESA: “Os Direitos Indígenas no contextos das hidrelétricas nas bacias dos rios Teles Pires e Juruena”.
DATA E HORÁRIO: 18 de abril (terça-feira), das 8h30 às 11h30.
LOCAL: Auditório do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia – MUSEAR/UFMT – Avenida Fernando Correa da Costa, 2.367, Cuiabá, MT.