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NOTÍCIA

Frigorífico Minerva concede 20 dias de férias coletivas para manutenção

Data: Segunda-feira, 03/04/2017 00:00
Fonte: RDNEWS/ Carlos Palmeira

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Assessoria

 

Caminhões estacionados em frente ao frigorífico Minerva e serviços suspenso durante férias coletivas

 

Os funcionários da planta de Várzea Grande do frigorífico Minerva receberão férias coletivas de 20 dias a partir de amanhã (4). O motivo para a paralisação das atividades será a manutenção dos equipamentos utilizados no local. A informação foi confirmada pela assessoria da empresa.

 

Essa é o segundo empreendimento do ramo que anuncia férias coletivas aos funcionários após a deflagração da Operação “Carne Fraca” pela Polícia Federal em 17 de março. Trabalhadores de dez unidades de processamento da JBS – sendo que quatro delas estão em Mato Grosso – entraram nessa segunda (3) em um recesso de 20 dias.

 

De acordo com a assessoria do Minerva, todos os serviços serão paralisados durante esse período e as férias coletivas são de praxe durante o período de manutenção. De acordo com a empresa, o anúncio não tem correlação com um ajuste na produção.

 

O já havia informado anteriormente que, de acordo com Marcos Molina, gerente de compras da unidade, o abate no local diminuiu em 40% após a deflagração da operação da PF. A medida foi tomada após sanções impostas por países que compram a carne da planta, como Hong Kong, Egito, Chile e Irã. 

 

Paralisações

Na última quarta (29) a JBS anunciou que concederia férias coletivas de 20 dias para funcionários de dez unidades de processamento, sendo que quatro ficam em Mato Grosso. Os frigoríficos afetados no Estado são em Alta Floresta, Juína, Diamantino e Pedra Preta.

 

A medida, segundo a empresa, começa a valer na próxima segunda (3) e visa adequar o volume de produção em função dos embargos impostos à proteína brasileira. A decisão também tenta minimizar o impacto causado pelo recuo do consumo interna da carne nos últimos dez dias.

 

De acordo com a JBS, os trabalhos precisam ser readequados para que se normalize os níveis de estoques de produtos destinados ao mercado interno e tenta reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo que ficaram represados durante esse período.

 

Além das quatro unidades em Mato Grosso, a decisão afeta funcionárias de uma unidade de São Paulo, de três em Mato Grosso do Sul, de uma em Goiás e outra no Pará.

 

A JBS ainda pontua que o período de férias poderá se estender por mais dez dias. 

 

Manipulação

Assessoria
festival de carnes Braseiro

Presidente Marco Túlio diz que Acrimat não vai admitir que frigoríficos prejudiquem pecuaristas de MT

 

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) repudia as paralisações e readequações na capacidade produtiva das plantas frigoríficas do Estado e diz que essas ações têm o objetivo de reduzir o preço do boi gordo, o que estaria prejudicando os pecuaristas. A entidade afirma que as decisões que estão sendo tomadas pelos frigoríficos após operação da PF visam manipular o mercado.

 

A instituição citou a medida da JBS em conceder férias coletivas a funcionários de dez unidades de processamento no país. A Acrimat disse que o anúncio “preocupa os produtores da região, que são reféns da empresa”.

 

Para evitar depreciação ainda maior do preço da arroba na hora da venda, a Acrimat recomendou cautela e precaução aos pecuaristas. “Mato Grosso vivencia hoje as consequências de uma política de incentivo à concentração de empresas e controle de mercado. O fomento à formação de conglomerados, por meio de financiamento público, colocou o mercado da carne nas mãos de poucos empresários que, em um momento como este, manipulam toda a cadeia produtora”, afirmou Luis Fernando Conte, vice-presidente da Acrimat.

 

“Em Mato Grosso, JBS, Marfrig, Minerva e Frialto representam 70% do abate, o que compromete a competitividade do setor, prejudicando os pecuaristas e, principalmente o mercado consumidor”, defendeu Amarildo Merotti, vice-presidente da Acrimat. 

 

“A seriedade da produção mato-grossense está mais que comprovada. Por isso, não vamos admitir que os frigoríficos sem compromisso com o desenvolvimento da atividade articulem para derrubar preços, prejudicando ainda mais o pecuarista de nosso Estado”, enfatizou o presidente da instituição, Marco Túlio Duarte.