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NOTÍCIA

Nasce com 1,050 kg filho da mulher que teve morte cerebral em MS

Yago tem 34 centímetros. Ele nasceu de 27 semanas de cesária, na capital. Desde o dia 30 de janeiro, mãe era mantida viva para nascimento do bebê.

Data: Sábado, 01/04/2017 00:00
Fonte: Paulo Fernandes Do G1 MS, com informações da TV Morena
 
 
 
 
Renata Sodré teve morte cerebral e é mantida há um mês em MS (Foto: Reprodução/ TV Morena)
Renata Sodré teve morte cerebral e foi mantida viva para o nascimento do filho (Foto: Reprodução/ TV Morena)
 

Saudável, com 1,050 kg e 34 centímetros, nasceu de 27 semanas (6 meses) nesta sexta-feira (31) Yago, filho de Renata Souza Sodré, 22 anos, que teve morte cerebral na 18ª semana de gestação, mas foi mantida viva por 11 semanas na Santa Casa de Campo Grande para o nascimento da criança. A cesária foi feita com urgência depois que ela parou de reagir aos medicamentos.

 

“As plaquetas caíram. Os leucócitos diminuíram. Então, ela tinha um quadro que levaria a uma possível infecção e aí comprometeria o estado de saúde do bebê. Como o bebê já era considerado viável e também por ter vaga intermediária na Santa Casa, a gente optou pela interrupção da gestação”, disse o obstetra, Manoel Cordeiro.

 

Desde o dia 30 de janeiro, a grávida era mantida viva na Santa Casa. Ela teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 27 de janeiro e o diagnóstico de morte cerebral foi dado pelos médicos três dias depois.

 

“A gente tira uma vida, de uma pessoa que já estava sem vida. Então, não tinha a questão do choro do bebê junto com o choro materno. Apenas o choro do bebê com o choro da equipe atrás, que ficou envolvida nessas 11 semanas com a mãe”, afirmou o médico.

 

Segundo ele, o bebê deve permanecer de dois a três meses no Centro de Terapia Intensiva (CTI), ganhando peso e se desenvolvendo. “Foi um dos partos mais emocionantes [que eu já fiz]”, disse. “Ele tem dois dias de nascimento, hoje [sexta-feira, 31], quando saiu da barriga da mãe, e quando vai receber a alta do CTI”.

 
 

Segundo a mãe de Renata, Adriana de Souza Avalos, a família decidiu manter a gestação para realizar o sonho da filha, de ter o primeiro filho.

 

O marido de Renata, Eduardo de Noronha, visitou a esposa todos os dias em que ela esteve no hospital com morte cerebral. Ele fazia carinho na barriga e conversava com o bebê.