ARIPUANÃ, Sexta-feira, 29/03/2024 -

NOTÍCIA

Relator intima operador da Odebrecht a depor na ação sobre Dilma e Temer

Segundo relatos de executivos da construtora, José de Carvalho Filho era responsável por entregar dinheiro da empreiteira a políticos; depoimento está marcado para esta sexta-feira (10).

Data: Quarta-feira, 08/03/2017 00:00
Fonte: Por Renan Ramalho, G1, Brasília
 
 
 
O ministro do TSE Herman Benjamin (Foto: Sérgio Amaral/STJ)

O ministro do TSE Herman Benjamin (Foto: Sérgio Amaral/STJ)

 

O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), convocou o ex-funcionário da Odebrecht José de Carvalho Filho para depor na ação que investiga eventuais irregularidades na campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer em 2014. Segundo delatores da empreiteira, Carvalho Filho era o encarregado de entregar dinheiro da Odebrecht para políticos.

 

Em seu acordo de pré-delação premiada com a Operação Lava Jato, o ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira Claudio Melo Filho relatou que foi Carvalho Filho que o apresentou ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

 

Segundo o delator, o suposto operador da Odebrecht frequentemente recebia pedidos de parlamentares por doações e levava as solicitações aos executivos da construtora.

 

Acareação

 

Também nesta sexta-feira, o ministro Herman Benjamin deve comandar uma acareação entre o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e outros três executivos do grupo: Hilberto Mascarenhas, Benedito Barbosa da Silva Júnior e Cláudio Melo Filho.

 

O objetivo é esclarecer contradições que surgiram no momento em que os quatro delatores foram ouvidos individualmente pelo relator do caso.

 

Os três executivos da construtora foram ouvidos nas últimas semanas sobre doações eleitorais da Odebrecht, em 2014, para a chapa formada por Dilma e Temer.

 

Benedito Junior, que era presidente da Odebrecht Infraestrutura e foi preso temporariamente em fevereiro do ano passado na 23ª fase da Lava Jato, depois foi liberado pela Justiça. Para os investigadores, ele era a pessoa que Marcelo Odebrecht acionava para tratar de compromissos políticos.

 

A Polícia Federal encontrou na casa de Benedito Júnior planilhas que mostravam doações feitas pela Odebrecht a mais de 200 políticos de 24 partidos.

 

Hilberto Mascarenhas fazia parte do chamado "Setor de Operações Estruturadas", estrutura profissional de pagamento de propina em dinheiro no Brasil com funcionários dedicados a uma espécie de contabilidade paralela que visava pagamentos ilícitos.

 

Já Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais, era um dos principais responsáveis pelo contato da cúpula da empresa com políticos. Em um dos depoimentos de delação premiada, Melo Filho contou sobre um episódio em que acertou, segundo ele a pedido de Temer, a doação de R$ 10 milhões para o PMDB em 2014 (leia mais abaixo).

 

Apenas Cláudio Melo Filho irá pessoalmente ao TSE para a acareação. Já Marcelo Odebrecht e Hilberto Mascarenhas serão ouvidos por videoconferência.