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Casos de hanseníase caem 34% no Brasil, mas ainda são problema de saúde pública

Número de casos registrados no País passou de 43,6 mil em 2006 para 28,7 mil em 2015, mas autoridades ainda não conseguiram erradicar o vírus

Data: Quarta-feira, 01/02/2017 00:00
Fonte: Por iG São Paulo

 

Detecção precoce da hanseníase é importante para evitar a transmissão do vírus por pessoas doentes e complicações
                                                                                  Opas/OMS
Detecção precoce da hanseníase é importante para evitar a transmissão do vírus por pessoas doentes e complicações
 
 

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (31) que os casos diagnosticados de hanseníase no Brasil caíram 34% em nove anos, passando de 43,6 mil em 2006 para 28,7 mil em 2015. O número de pacientes em tratamento também registrou queda, indo de 26,3 mil pacientes para 20,7 mil no mesmo período.

 

 

“Identificando precocemente o doente, é possível iniciar o tratamento, diminuir a contaminação de pessoas sadias e avançar no processo de eliminação da doença, que é um problema de saúde pública no Brasil”, explicou, em nota, a Coordenadora-Geral de Hanseníase e doenças em eliminação, Carmelita Ribeiro Filha.

O número de casos em menores de 15 anos indica, entretanto, que ainda existem focos de infecção ativos e transmissão recente. Mesmo com redução de 28% na taxa de detecção em crianças e adolescentes na última década, no ano de 2015 foram registrados 2,1 mil casos da doença nesse grupo.

 

A Opas/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde) alerta que, apesar da infecção estar presente em 24 dos 35 países das Américas, apenas no Brasil ela ainda é um problema de saúde pública.

 

Hanseníase

Doença crônica e transmissível, a hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. A transmissão é feita de uma pessoa doente para outra. O contato precisa ser próximo e prolongado, botando em risco familiares ou pessoas que moram junto com o paciente, por exemplo.

 

Como a doença atinge a pele e nervos, se não tratada precocemente pode causar incapacidade e deformidades físicas. O principal sintoma são manchas em qualquer parte do corpo, principalmente com alteração de sensibilidade ao calor e ao toque, mas também pode haver alteração nos nervos periféricos, na mucosa do trato respiratório superior e nos olhos.

 

Para marcar o dia mundial de luta contra a doença, comemorado nesta terça-feira (31), o edifício do Ministério da Saúde vai ser iluminado com uma luz na cor roxa até o dia 28 de fevereiro.

 

Medidas de controle

Nesta terça, a Opas/OMS também divulgou um alerta indicando a necessidade de se manter medidas de controle da doença. De acordo com a organização, mesmo com a queda de 30% nos casos registrados nas Américas na última década, alguns países ainda registram o problema.

 

 

Nos últimos cinco anos, 24 países registraram casos de hanseníase nas Américas. Entretanto, 94% destes foram notificados no Brasil.