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NOTÍCIA

Carros incompatíveis prejudicam trabalho da PM

Data: Quinta-feira, 22/04/2010 00:00
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Fonte:agazeta

Policiais militares (PMs) estão com dificuldade de fazer as rondas diárias nos bairros da periferia de Cuiabá. Os automóveis Gol que a corporação recebeu não percorrem as ruas sem asfalto e esburacadas, e apresentam baixa potência já que a maioria é 1.0. Os veículos têm menos de 1 mês de uso e estão apresentando problemas, principalmente no para-choque. O governo do Estado entregou 485 automóveis e 42 motocicletas para as Polícias Militar e Civil e ao Corpo de Bombeiros. Eles foram alugados por R$ 12,631 milhões ao ano da empresa Delta Construções S-A.

Na área central e nos bairros com boa estrutura asfáltica, os veículos trafegam sem problemas, pois são característicos de áreas urbanas e possuem motores silenciosos. Mas a situação muda quando a ronda tem que ser feita em regiões tortuosas ou na perseguição dos bandidos. Bairros como Altos da Serra, Doutor Fábio, Parque Geórgia, Osmar Cabral, São João Del Rey e Praeirinho se tornam grandes empecilhos para a rotina policial.

A primeira dificuldade enfrentada é que os Gols são automóveis baixos, ou seja, obrigam o motorista a reduzir a velocidade para passar nos buracos ou não passar pelo trecho e tentar dar a volta por outra rua. Assim, os bandidos ficam na vantagem, ganham tempo na fuga. Os pneus também são pequenos, aro número 13, considerados frágeis para determinado terreno.

"Tem bairro que não vai. Retiraram a Blazer e o Palio 1.8, que funcionava bem nas ruas sem asfalto", disse um policial que não quis se identificar. Outro policial lembrou que os Gols não têm direção hidráulica e isso "judia muito da guarnição".

Por causa da pouca potência do carro, na "competição" contra os bandidos os policiais saem atrás. "Se ele está em uma Titan 150 (cilindradas), não dá para alcançar, impossível pegar o cara".

Alguns policiais admitem que não completam a ronda ou não vão em determinados lugares por causa das privações que as novas viaturas dão. "Tem morador, líder de comunidade que cobra da gente, mas não temos o que fazer", disse o representante de uma unidade. "O ideal é um carro alto e traçado, mas não têm mais desses. Não sei qual foi o critério usado, se foi preço. Mas vale mais ter um Palio Weekend por 5 anos do que 3 Gols que não duram 1 ano".

Risco - Outro item reforçado pelos policiais é o tamanho do porta-malas traseiro. Com muita dificuldade, apenas 2 pessoas cabem nele. "E tem que ser magro porque alto ou gordo não cabe".

Quando há uma grande quantidade de pessoas a ser detida, os policiais têm 2 opções: comunicar outra viatura para dar apoio ou transportar o detido no banco traseiro, junto com os policiais. "Isso coloca em risco a vida do policial. Se tiver casos de nós levarmos drogados, não tem como saber qual será a reação dele".

Outro lado - O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Diógenes Curado, afirmou que não houve troca de veículos, mas um acréscimo aos que já estão nas ruas. Ele afirmou também que, nos bairros onde os automóveis não trafegam, a ronda pode ser feita de motocicleta.

"O que aconteceu é que alguns veículos foram remanejados para o interior, onde o terreno é defeituoso e tem maior necessidade de carros altos".

Curado também disse que essas dificuldades são casos pontuais e que, se tiver necessidade, haverá remanejamento de veículos para que o trabalho não seja prejudicado.