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NOTÍCIA

Turquia promete vingança após ataque que deixou 38 mortos

Carro-bomba perto de estádio de futebol e ataque suicida em parque adjacente parece ter mirado a polícia. Braço do PKK reivindicou a autoria do atentado.

Data: Domingo, 11/12/2016 00:00
Fonte: G1
 
 
 

A Turquia prometeu neste domingo (11) vingança contra militantes curdos por trás de dois ataques a bomba que mataram 38 pessoas e feriram 155, no que parecia ser um ataque coordenado contra a polícia do lado de fora de um estádio de futebol em Istambul.

 

Um braço do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o grupo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), já reivindicou a responsabilidade pelos ataques por meio de uma declaração divulgada em seu site.

 

As explosões na noite de sábado (10) - um carro-bomba perto da Arena Vodafone, da equipe de futebol Besiktas de Istambul, seguido de um atentado suicida em um parque adjacente menos de um minuto depois - sacudiram uma nação ainda tentando se recuperar de uma série de bombardeios mortais este ano em cidades incluindo Istambul e Ancara, a capital.

 

As bombas atingiram policiais, matando 27, disse o ministro do Interior da Turquia, Suleyman Soylu. O número de mortos civis foi menor porque os fãs já tinham deixado o recém-construído Estádio Vodafone Arena após o jogo de futebol, quando as explosões ocorreram.

 

 
Policiais trabalham perto do estádio do clube de futebol Besiktas após a explosão de um carro-bomba em Istambul (Foto: Ozan Kose/AFP)

Policiais trabalham perto do estádio do clube de futebol Besiktas após a explosão de um carro-bomba em Istambul (Foto: Ozan Kose/AFP)

Mesmo antes da reivindicação da autoria do atentado, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, e outras autoridades já tinham dito que os primeiros indícios aponta vam para o PKK, que realiza uma insurgência de três décadas, principalmente no sudeste turco em grande parte curdo. Treze pessoas foram detidas.

 

"Mais cedo ou mais tarde, teremos nossa vingança, este sangue não será deixado no chão, não importa o preço", disse Soylu em discurso num funeral na polícia de Istambul para cinco dos oficiais mortos. O presidente Tayyip Erdogan esteve presente, mas não falou.

 

Soylu também alertou àqueles que oferecem apoio aos agressores nas mídias sociais ou em outros lugares, comentários dirigidos a políticos pró-curdos, que o governo acusa de ter ligações com o PKK, designado como organização terrorista por Estados Unidos, Europa e Turquia.

 

Presidente turco Tayyip Erdogan visita policial que ficou ferido em explosões deste sábado em hospital de Istambul  (Foto: Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout via REUTERS)

Presidente turco Tayyip Erdogan visita policial que ficou ferido em explosões deste sábado em hospital de Istambul (Foto: Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout via REUTERS)

 

"Para aqueles que tentam defender os perpetradores...Não há desculpa para isso", afirmou.

 

Nos últimos meses, milhares de políticos curdos foram detidos, incluindo dezenas de prefeitos e os líderes do Partido Popular Democrático, o segundo maior partido de oposição no Parlamento, acusados ​​de ligações com o PKK.

 

Série de ataques

 

Este ano, Istambul sofreu uma série de ataques atribuídos por autoridades ao grupo do Estado Islâmico ou reivindicados por militantes curdos. Um estado de emergência está em vigor após uma tentativa fracassada de golpe de estado em 15 de Julho deste ano.

 

A Turquia é parceira da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico e suas forças armadas atuam na vizinha Síria e no Iraque. Também enfrenta um conflito renovado com um movimento curdo proibido no sudeste.

 

Ned Price, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que Washington condena o ataque.