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PSDB herdou corrupção do PT, diz empresário

Data: Segunda-feira, 05/12/2016 00:00
Fonte: Rafael Costa, repórter do GD

 

 

 

Em depoimento prestado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, revelou que a corrupção montado pela cúpula do PSDB na Secretária de Estado de Educação (Seduc) foi uma continuidade do esquema em vigência na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

 

Chico Ferreira/A Gazeta

Em delação, Giovani Guizardi detalhou esquemas de corrupção na educação de MT.

Na gestão do peemedebista, a Secretaria de Educação foi chefiada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com Rosa Neide e Ságuas Moraes, este último atualmente no mandato de deputado federal.

 

O esquema desvendado pela Operação Rêmora trouxe a tona que servidores públicos cobravam propina para autorizar o pagamento as empreiteiras que executavam obras de reforma e construção de escolas. Ao mesmo tempo, havia fraude em licitação para direcionar projeto as empresas que aceitavam pagar as vantagens indevidas.

 

De acordo com o empresário Giovani Guizardi, um dos chefes do esquema no período em que a educação foi chefiada pelo PT tinha como chefes operadores financeiros os empresários Ricardo Sguarezi e Luiz Fernando Rondon, proprietários da Aroeira Construções e Lupa Construtora, respectivamente. No entanto, a cobrança da propina aos empresários aumentaria de 3% da gestão do PT para 5% na gestão do PSDB.

 

“Que nas conversas com os empresários, o declarante mencionou que o esquema do governo anterior, que tinha como operador financeiro, o senhor Ricardo Sguarezi, com apoio do senhor Luiz Fernando Rondon, iria continuar, mas agora com o percentual de 5%”, diz um dos trechos do depoimento.

 

É narrado ainda que inicialmente os empresários se sentiram temerosos em efetuar o pagamento da propina a maior. No entanto, o empresário Esper Haddad Neto amenizou a situação e, após intensos diálogos, convenceu os demais donos de construtora que seria vantajoso a participação de todos no esquema.

 

Os empresários que concordaram com o pagamento da propina na ordem de 5% para receber pelos serviços prestados são Éder Meciano (Geotop Construções e Terraplanagem LTDA), Leonardo Guimarães Rodrigues (JER Construtora), Clarice Maria da Rocha (Rocha Construtora), José Eduardo Nascimento da Silva (Ápice Engenharia), Joel de Barros Fagundes (Esteio Engenharia) e Celso Fagundes Ferras (Ampla Engenharia).

 

Embora tenha sido revelada a semelhança dos esquemas de corrupção do PT e do PSDB, as investigações da Operação Rêmora não atingiram a ex-secretária Rosa Neide e o ex-secretário Ságuas Moraes, que por exercer o mandato de deputado federal só pode ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do foro por prerrogativa de função na esfera criminal.

 

Em depoimento ao Gaeco no mês de maio deste ano, o empresário José Henrique Marimon Stephan, administrador da construtora Sanepavi, afirmou que seu patrão e dono da Sanepavi – Mario Lourenço Salém – lhe contou, em 2014, que pagava a uma servidora 3% dos contratos que tinha com a Seduc, a título de propina, para receber os valores que a pasta lhe devia.

 

O dinheiro seria remetido a financiar a campanha de Ságuas Moraes a deputado federal. No entanto, o empresário Mario Salém nega veementemente que tenha pago alguma vantagem indevida. 

 

Trecho do depoimento:

Reprodução