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NOTÍCIA

Após eleição de Trump, Obama visita Atenas para falar sobre democracia

Data: Terça-feira, 15/11/2016 00:00
Fonte: AFP - Agence France-Presse

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou nesta terça-feira em Atenas, a primeira etapa de sua última viagem oficial antes de deixar a Casa Branca, durante a qual vai tentar tranquilizar seus interlocutores após a surpreendente vitória de Donald Trump.

 

O Air Force One, o avião presidencial, pousou pouco depois das 8h30 GMT (6h30 de Brasília) em Atenas, onde Obama, sorrindo, foi recebido pelo ministro da Defesa Panos Kammenos.

 

Ele deve, então, seguir para o palácio presidencial e encontrar o presidente da República Prokopis Pavlopoulos, antes de se reunir com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, e conceder na parte da tarde uma coletiva de imprensa.

 

O 44º presidente dos Estados Unidos provavelmente tinha imaginado um tom diferente para o que é também o sue giro de despedida da Europa depois de oito anos no poder.

 

Mas Donald Trump estará na mente de todos. E com ele, uma cascata de perguntas sobre a direção que o futuro presidente pretende dar à América em muitas grandes questões internacionais: acordo sobre o clima, acordo sobre o programa nuclear iraniano...

 

Durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira em Washington, Obama procurou tranquilizar o mundo.

 

Depois da Grécia, Obama vai visitar a Alemanha, onde se encontrará com a chanceler Angela Merkel. Durante esta escala em Berlim, também deve ver o presidente francês, François Hollande, a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

 

A viagem de Obama deve terminar no fim de semana no Peru, onde vai participar do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), onde espera conversar com o presidente chinês, Xi Jinping.

 

Em um dia bastante simbólico, o presidente americano deve visitar na quarta-feira a Acrópole e fazer um discurso sobre os desafios da globalização, no berço da democracia, uma ressonância particular frente ao surgimento de movimentos populistas em ambos os lados do Atlântico.

 

Esta é a primeira viagem de Obama à Grécia. O último presidente dos Estados Unidos a visitar o país oficialmente foi Bill Clinton em 1999.

 

A visita de Obama "é construtiva, em muitos aspectos, ela vai ajudar a avançar na direção de uma solução viável e justa para a dívida grega", declarou o porta-voz do Governo grego, Dimitris Tzanakopoulos, em uma entrevista ao jornal pró-governamental Avghi.

 

Ele ressaltou que a "visita ocorre em um período crucial", em meio à crise migratória e enquanto o Chipre continua dividido.

 

'Antes de tudo ele é americano'

 

Os atenienses parecem divididos sobre esta visita. "Vivemos com a esperança de que a visita traga algo de positivo para a Grécia e para a região", disse à AFP Spyros M., de 30 anos, um funcionário público.

 

Ekaterini Tsarmoutzi, empregado no setor privado, mostrava-se dubitativo: "É simpático como pessoa, mas principalmente ele é americano, os gregos têm de aprender a confiar em sua própria força para resolver os seus problemas".

 

Christina Artinou, concierge, perguntava-se por que Obama visitava o seu país no final de mandato, e considerava que "seria bom que o novo presidente (Donald Trump) viesse visitar-nos".

 

Sujeita a medidas de austeridade draconianas, a Grécia luta para emergir da recessão, apesar de uma melhora nas suas finanças.

 

"Para que as reformas resultem em mudanças duráveis, as pessoas precisam de esperança", disse Obama em uma entrevista ao jornal grego Kathimerini.

 

Ele prometeu continuar a instar os credores da Grécia a "tomar as medidas necessárias, nomeadamente a redução da dívida, para que o país possa retornar ao crescimento econômico robusto".

 

Se o FMI é da mesma linha que a administração americana, a pasta se depara com a intransigência da Alemanha e um progresso de curto prazo parece improvável.

 

O presidente americano também quer insistir sobre "a compaixão e generosidade" do povo para com os refugiados e migrantes.

 

Manifestações anunciadas por sindicatos e partidos de extrema esquerda foram proibidas no centro da capital. Cerca de trinta escolas foram fechadas por "razões de segurança".