Brasília / São Paulo - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, decidiu substituir sua segurança pessoal, até agora a cargo da Polícia Federal, por policiais militares que integram a Força Nacional de Segurança.

 

Segundo assessores, a ideia é fazer um revezamento entre PF e Força Nacional para "prestigiar todas as forças" da pasta.

 

A decisão, no entanto, causou desconforto entre policiais federais que viram a substituição como um sinal de desprestígio da corporação. Segundo fontes da PF, apenas um policial federal será mantido na equipe de segurança do ministro.

 

Todos os outros serão PMs. O Estado apurou que a maior parte é proveniente de São Paulo, onde Moraes foi secretário da Segurança Pública na gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

 

Em conversas reservadas, delegados e agentes da PF questionam a medida lembrando que a corporação tem a prerrogativa legal de cuidar da segurança de ministros conforme a Lei 4.483/64.

 

Questionam ainda a legalidade do uso da Força Nacional, uma vez que nem a lei que determinou sua criação nem a portaria que normatiza sua atuação preveem a atuação do grupo na proteção de autoridades.

 

Criada em 2004, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Força Nacional é composta por PMs de todos os Estados da Federação que recebem treinamento específico para atuar em situações geralmente emergenciais como risco à ordem pública e catástrofes ambientais.

 

Já a PF possui um Núcleo de Segurança de Dignatários (NSD), com sedes em Brasília, Rio e São Paulo, que tem policiais especialmente treinados para a função.

 

Polêmicas

Desde que assumiu o ministério, em maio, Moraes protagonizou polêmicas em relação à PF. Logo no início da gestão, ele se recusou a receber representantes dos delegados da instituição que solicitavam mudanças no critério de escolha do diretor-geral.

 

Setores da corporação criticam o estilo "midiático" do ministro que chegou a aparecer cortando pés de uma plantação de maconha.

 

Em setembro, Moraes comentou, em uma conversa com eleitores de Ribeirão Preto, sobre uma nova fase da Operação Lava Jato. O Ministério da Justiça informou que não comenta informações sobre a segurança do ministro.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.