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Conduzidos à Defaz receberam quase R$ 700 mil em cheques de esquema de corrupção

Data: Segunda-feira, 26/09/2016 00:00
Fonte: OLHAR DIRETO/ Wesley Santiago

 

 

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Conduzidos à Defaz receberam quase R$ 700 mil em cheques de esquema de corrupção
 
 
 
Jair Santana Rodrigues, Catarino da Silva Neto e Eliana Martins, conduzidos coercitivamente nesta segunda-feira (26) para prestar esclarecimentos na quarta fase da ‘Operação Sodoma’, teriam recebido um total que ultrapassa meio milhão de reais em cheques. O empresário que trabalha com fomento de empréstimos, Valdir Piran e o ex-secretário de Infraestrutura, Arnaldo Alves, presos em Brasília (DF), podem ser transferidos na terça-feira (27).

 
Conforme apurado pelo Olhar Direto, o empresário de uma empresa terceirizada, identificado como Jair Santana Rodrigues, teria recebido um cheque no valor de R$ 272 mil. Se somados os valores dos cheques recebidos por Catarino da Silva Neto (R$ 285 mil) e Eliana Martins (R$ 95 mil), o total chega a R$ 652 mil.

 
A assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil (PJC) informou à reportagem que a transferência dos presos na operação, que estão em outras cidades, depende do trâmite judicial. O prazo máximo é de dez dias. Porém, Arnaldo Alves e Valdir Piran podem desembarcar no Aeroporto Marechal Rondon já na próxima terça-feira, 27.


Sodoma 4
 
Durante todo o dia foram ouvidas diversas pessoas que teriam participação ou informações sobre o esquema. O foco da Operação Sodoma  é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três  desapropriações milionárias  pagas pelo governo Silval Barbosa,  durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.

 
O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran. Para prestarem interrogatórios foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, Ademir Beraldi, Eliane Maria da Silva, Catarino José da Silva Neto e Alan Malouf, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.

 
Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado de prisão preventiva no Rio  de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os investigados Valdir Piran e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polínter do Distrito Federal.

 
As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

 
Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretário chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antônio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

 
De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00, retornaram  via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso.

 
De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado, no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (Planejamento), Afonso Dalberto (Intermat) e o procurador aposentado Chico Lima.