São Paulo – No mês passado, a imagem do pequeno Omran Daqneesh coberto em poeira e recém-resgatado dos escombros após um forte bombardeio em Aleppo, Síria, emocionou o mundo e chamou a atenção para os horrores da guerra que já cinco anos devasta o país.

 

Naquele fatídico dia, ele perdeu seu irmão mais velho, Ali, e seu pai. Nesta semana, contudo, ganhou um novo amigo: o americano Alex, de 6 anos, que escreveu uma carta diretamente para o presidente Barack Obama pedindo que Omran possa ir morar com ele na cidade de Scarsdale, em Nova York.

 

“Pode trazê-lo para casa? Vocês podem estacionar na garagem ou na rua e estaremos esperando com bandeiras, flores e balões”, dizia Alex. “Nós lhe daremos uma família e ele pode ser o nosso irmão”, continuou o pequenino.

 

Na cartinha, ele continua mostrando ao mundo como seria um excelente anfitrião para Omran. Na escola, contou, tem um amigo que também é da Síria e pode apresentá-los para que todos possam brincar juntos.

 

Alex pensou em todos os detalhes, de festinhas de aniversário para as quais iriam e até como o seu amiguinho poderia ensiná-lo novos idiomas. “Como ele não trará nenhum brinquedo e não tem nenhum, a Catherine irá dividir com ele seu coelho e eu vou emprestar a minha bicicleta e ensiná-lo a andar nela”.

 

A comovente carta chegou às mãos de Obama nesta semana e foi lida por ele para líderes globais durante uma cúpula da ONU sobre refugiados e migrantes que aconteceu em Nova York nesta semana. “Essas são as palavras de um menino de 6 anos e ele nos ensina muito”, disse o presidente ao apresentar a mensagem.

 

Os apelos da comunidade internacional para que líderes globais desenvolvam metas e planos para lidar com a guerra na Síria e com a crise de refugiados não cessam. O comprometimento do lado político, no entanto, não dá sinais de que irá mudar.

 

No encontro, os 193 estados que fazem parte da entidade prometeram “tentar melhorar”, mas, como pontuou a agência de notícias AFP, nenhum deles estabeleceu objetivos concretos. Um dos poucos a se manifestar publicamente sobre o tema foi a China, que se comprometeu a contribuir 100 milhões de dólares para organizações humanitárias.

 

Enquanto governos e líderes não chegam a um acordo sobre como conduzir as razões que desencadearam a crise e como resolver o problema de quem a está vivendo hoje, milhões de refugiados e migrantes seguem arriscando suas vidas em busca de estabilidade na Europa. Ontem, uma embarcação com 600 pessoas naufragou no Mediterrâneo deixando 29 mortos.

 

A cartinha escrita pelo menino Alex foi transformada em um delicado vídeo que foi divulgado no perfil de Obama na noite de quarta-feira e já foi visualizado 5 milhões de vezes. Veja abaixo, em inglês e sem legendas: