ARIPUANÃ, Quinta-feira, 28/03/2024 -

NOTÍCIA

Empresário é preso em operação contra esquema na Eletronuclear

Samir Assad é acusado de operador de esquema de propina de construtora. Ele é irmão de preso em fase da Lava Jato por desvios de Angra 3.

Data: Quarta-feira, 10/08/2016 00:00
Fonte: Do G1, em São Paulo
 
 
 
 
 

A Polícia Federal realiza a Operação Irmandade, nova fase da Lava Jato, em São Paulo nesta quarta-feira (10) contra esquema de propinas e desvios de recursos nas obras de Angra 3, da Eletronuclear.

 

Policiais federais estiveram pela manhã em um condomínio na Zona Sul de São Paulo cumprindo um mandado de busca e apreensão e outro de prisão contra Samir Assad, acusado de ser operador financeiro da construtora Delta, que integrava um grupo responsável pelas obras. Na operação desta quarta-feira, há também um mandado de busca e apreensão na casa de Samir.



Samir Assad é apontado como operador do esquema descoberto  na operação Pipriaz, deflagrada em julho, formado por empresas de fachada que realizavam contratos fictícios e expediam notas fiscais falsas para a lavagem de dinheiro do esquema. Ele é acusado de por 223 crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, além de organização criminosa, segundo o Ministério Público Federal.



A prisão preventiva de Samir Assad foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas a pedido do Ministério Público Federal (MPF) no processo no qual ele é réu. Segundo a denúncia do MPF, ele e o irmão coordenavam um esquema de caixa 2 na Andrade Gutierrez responsável pelo pagamento de propina a diretores da Eletronuclear durante a construção de Angra 3.

 
 

Entre os presos de julho na Operação Pipriaz estava o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro que já foi condenado a 43 anos de prisao por desvios de recursos nas obras de Angra 3. Othon foi preso em um desdobramento da Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos da Petrobras, em 6 de julho no Rio de Janeiro. Até então, ele cumpria prisão domiciliar.

 

Samir Assad é irmão de Adir Assad, que foi preso em 30 de junho na operação Saqueador também por desvios de recursos nas orbas da construtora Delta.

 

Porsche apreendido durante a Operação Irmandade chega à sede da Polícia Federal, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (10) (Foto: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Porsche apreendido durante a Operação Irmandade chega à sede da Polícia Federal, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (10) (Foto: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo)
 

Desvio de recursos
A Operação Irmandade é um desdobramento da Operação Pripyat, em que foi investigado desvio milionário nas obras de Angra 3 da Eletronuclear, sendo presas 10 pessoas vinculadas ao núcleo administrativo de organização criminosa estruturada para desviar recursos públicos.



As investigações da PF dizem que um clube de empreiteiras desviava recursos da Eletronuclear, principalmente os destinados às obras da Usina Nuclear de Angra 3. O dono da Delta, Fernando Cavendish, também foi preso em 2 de julho.

 

A defesa de Fernando Cavendish declarou na época que tomará as providências judiciais contra o que chamou de “ilegalidade” da prisão e que, num inquérito que tramita há mais de três anos, Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial.



Foi o Ministério Público Federal do Rio que investigou o esquema de lavagem de dinheiro. Os procuradores descobriram que, entre 2007 e 2012, a Delta faturou quase R$ 11 bilhões, só com verbas públicas, o que representa 96,3% de tudo que ganhou nesse período. Desse total, o MPF conseguiu comprovar que pelo menos R$ 370 milhões foram desviados.