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Seleção brasileira usa Rio 2016 para resgatar o prestígio perdido no futebol

Neymar é o grande nome deste processo na seleção brasileira, que tem como meta a renovação para reconquistar a torcida

Data: Sexta-feira, 29/07/2016 00:00
Fonte: Por iG São Paulo

Seleção brasileira conta com Neymar para resgatar seu prestígio                                                                                                CBF/Divulgação
Seleção brasileira conta com Neymar para resgatar seu prestígio
 

A seleção brasileira olímpica chegou em Goiânia para o amistoso de sábado contra o Japão, na preparação para os Jogos Olímpicos. No máximo 40 pessoas, entre torcedores e curiosos, esperam a delegação. Neymar, o último a descer do ônibus, não atende aos pedidos de autógrafos e fotos. Insatisfeita, a torcida reage de forma imediata, provocanto e gritando: "Uh, é 7 a 1; uh, é 7 a 1".

 

 

A provocação, que já ocorrera outras vezes, atinge o astro da seleção brasileira, e também dá uma mostra do quanto é difícil uma das tarefas que vários integrantes da equipe olímpica se propõem: dar início a um processo de resgate do prestígio da equipe e conquistar a inédita medalha de ouro para o esporte.

 

A coleção de fracassos dos últimos anos, cujo símbolo maior é o histórico vexame diante da Alemanha na semifinal da última Copa do Mundo, levando de 7 a 1 na semifinal em casa - além também das fracas participações nas duas últimas edições da Copa América -, trouxe desconfiança e fez diminuir o interesse do torcedor pela seleção.

 

Mas há quem considere possível começar a reverter o quadro, a partir de boa participação nos Jogos do Rio 2016, se possível coroado com o ouro. "Podemos construir uma nova história, com muito trabalho, tranquilidade, sabendo o que pode ser feito dentro de campo pelos atletas", acredita o técnico da seleção olímpica, Rogério Micale. "Servir a seleção brasileira é motivo de orgulho para qualquer um", completa.

 

 

E Micale tem adeptos nessa tese. Entre eles, Neymar, o único craque do time, o mais cobrado e o que participou de dois dos três últimos naufrágios da equipe, já que não foi à Copa América Centenário, no Estados Unidos, justamente para ser protagonista na Olimpíada. O atacante do Barcelona garante que a busca pela recuperação do prestígio não representa um peso, mas diz preferir preservar a garotada, para caso as coisas não darem certo novamente.

 

Até porque ele já tem bom tempo de estrada. "Se houver qualquer cobrança ou peso, eu assumo a responsabilidade. Eu estou há um bom tempo na seleção brasileira e quero tirar essa responsabilidade das costas deles (dos companheiros) para deixá-los tranquilos e felizes para jogarem futebol. Eles são novos, mas sabemos da responsabilidade de levar o Brasil ao sucesso em casa na Olimpíada", disse Neymar.

 

Empolgação dos jovens na seleção 

No entanto, há gente nova que se diz ávida para participar de maneira efetiva desse processo de resgate da equipe nacional, entendendo que ele passa pela garotada. É o caso do palmeirense Gabriel Jesus. "Sabemos que precisamos jogar um bom futebol, mostrar que o Brasil está se renovando. Daqui algum tempo voltaremos a ser o país do futebol", aposta o atacante de 19 anos.

 

 

O santista e xará Gabriel Barbosa concorda com o parceiro de ataque, apostando na nova safra, da qual poderá ser parte ativa, para a retomada do prestígio da seleção brasileira. Segundo seu raciocínio, o sucesso da olímpica é o primeiro passo.

 

"Acho que está provado que o Brasil vem se renovando. A seleção é muito boa e jovem. Sabemos que o Brasil não vem ganhando campeonatos, mas vem revelando grandes jogadores. Se o Brasil continuar revelando e treinando, pode ganhar vários campeonatos e ter o melhor futebol do mundo", disse Gabriel, o Gabigol.

 

O entusiasmo do garoto, porém, é freado por Tite, que na realidade poderá ser o verdadeiro condutor do processo de resgate do nosso futebol como técnico da seleção brasileira principal. Ele não nega a importância da missão, tanto da seleção olímpica quanto daquele que comandará, mas tenta evitar a pressão. "Legado da seleção olímpica é bom desempenho, sem se preocupar em modificar histórias passadas, boas ou ruins. Agora, vamos construir nossa própria história", comentou o comandante.