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NOTÍCIA

Osasco na base da garra, vence e põe fim à "freguesia" contra Rio

Data: Domingo, 18/04/2010 00:00
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Fonte:gazetaesportiva/foto:roberto vasquez

Acabou o tabu. Depois de quatro temporadas perdendo a decisão da Superliga feminina de vôlei para o Unilever (ex-Rexona), o Sollys/Osasco (ex-Finasa/Osasco) finalmente superou o rival e sagrou-se campeão nacional. Diante de um ginásio do Ibirapuera lotado, o time comandado pelo técnico Luizomar de Moura marcou 3 sets a 2 em duelo emocionante, com parciais de 25/23, 18/25, 19/25, 25/13 e 15/12.

Esta é a quarta taça do Osasco na história da competição - as outras conquistas foram obtidas em 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005. Apesar da derrota, o Unilever ainda segue como o maior vencedor: ao todo, a equipe possui seis títulos, obtidos em 1997/1998, 1999/2000 (ambas quando a equipe ainda jogava em Curitiba), 2005/2006, 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009.

A conquista deste domingo simboliza o fim perfeito de uma temporada que começou caótica para o Osasco: dois dias após ser derrotado na Superliga do ano passado para o Unilever, o time perdeu o patrocínio do Finasa e ficou prestes a fechar as portas. Mas uma grande mobilização foi realizada e a Nestlé resolveu voltar ao vôlei, salvando e montando o grupo que se tornaria o melhor do Brasil e do continente.

Para tornar a história ainda mais emocionante, a vitória na decisão só veio no tie-break. Após um excelente primeiro set de Jaqueline, Osasco se tornou presa fácil do bloqueio rival, além de suas jogadoras protagonizarem verdadeiras panes em quadra. Quando tudo parecia perdido, com o Unilever melhor no começo do quarto set, Natália brilhou e levou o jogo para o tie-break, onde, embalado, a equipe ainda protagonizou outra virada após sair perdendo por 4 a 0.

Mesmo tendo ficado atrás do Unilever na fase classificatória, o Osasco era considerado favorito devido à consistência mostrada durante os playoffs, quando não perdeu nenhum jogo, ao passo que o rival esteve perto de ser eliminado pela Blausiegel/São Caetano na semifinal. Além disto, o time de São Paulo venceu os dois jogos realizados entre as equipes na competição.

Para dar um fim definitivo à "freguesia" dos últimos anos, Osasco ainda pode se gabar de ter conquistado o título sul-americano sobre o Unilever, no ano passado.

A terceira colocação na Superliga ficou com São Caetano, que no sábado superou o Pinheiros/Mackenzie por 3 sets a 0, parciais de 25/18, 25/21 e 25/19.

O jogo
Neste domingo, Osasco começou melhor: quebrando o passe do Unilever e aproveitando-se da insistência de Dani Lins em mandar bolas para Érika nos primeiros minutos, as paulistas abriram 10 a 06 no placar. Em grande fase, Jaqueline foi fundamental para que a vantagem fosse mantida até o segundo tempo técnico, efetuado com 16 a 13 no placar.

A pausa, contudo, fez o time de Luizomar de Moura se desconcentrar. Carol Albuquerque passou a não distribuir mais tão bem as jogadas e os erros de ataque se tornaram frequentes. Comandado por Joycinha, o Unilever se aproveitou e encostou no placar. O empate veio nos 23 pontos, quando Adenízia se viu bloqueada.

Mas Natália não se abateu. A jovem oposta chamou a responsabilidade para si e, em dois ataques, fechou um set que tinha tudo para se complicar. Assim, Osasco saiu na frente com um 25 a 23 obtido após 28 minutos de partida.

O segundo set foi das centrais do Unilever: primeiro, Fabiana teve ótima passagem pelo saque e a equipe do Rio de Janeiro abriu 7 a 3 no placar. Carol Gattaz, por sua vez, contribuiu para acertar a marcação dos ataques de Jaqueline e Natália, fazendo com que as principais armas do Osasco na partida passassem a não funcionar mais.

O Osasco ainda contou com alguns lances de sorte, como o ponto obtido após uma bola mal levantada por Carol Albuquerque no 9 a 4. Nada adiantou, entretanto, uma vez que o Osasco seguiu jogando mal e só teve um respiro quando a reserva Juliana entrou no saque. Carol ainda mostrou garra defendendo com o pé, mas já era tarde para evitar a derrota, sacramentada quando Sassá mais uma vez parou no bloqueio adversário.

Uma final com o maior clássico brasileiro não poderia deixar de ter polêmica: após um começo de terceira etapa equilibrado, o Unilever tomou um cartão amarelo e o empate em oito pontos porque Érika retardou demais o reinício da partida. Osasco aproveitou o bom momento e abriu 10 a 08, mas na sequência simplesmente parou: tomou dez pontos consecutivamente e se complicou no set.

O clima voltou a esquentar no 20 a 15, quando o juiz não viu que o bloqueio tocou uma bola antes de sair e deu ponto para o Unilever. Irritado, o time do Osasco protestou efusivamente e tomou o cartão amarelo. A torcida então passou a xingar a arbitragem e as paulistas cresceram, fazendo três pontos em seguida. Foi aí que entrou em ação a experiência de Bernardinho, que parou o jogo e esfriou os ânimos. Assim, o Unilever retomou a concentração e passou à frente no jogo ao fazer 25 a 19.

Os primeiros lances do quarto set passaram a impressão de que o Unilever caminharia facil para a vitória, mas o Osasco cresceu liderado por sua oposta, Natália. Abriu 10 a 05 e embalou, minando a confiança das jogadoras adversárias, que passaram a errar bolas fáceis. Até a "baixinha" Sassá, de 1,79m, encaixou um bloqueio simples e o time de Luizomar levou o duelo para o tie-break.

Melhor no início do tie-break, o Unilever chegou a abrir 4 a 0, mas deixou as rivais virarem para 5 a 4. Ralis e trocas de vantagens então se sucederam, levantando a torcida. No fim, só um lado comemorou: o laranja, que fechou o jogo com uma bola fora de Regiane.