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Renan confirma votação do relatório do impeachment para esta quarta (11)

Renan considerou a decisão de Waldir Maranhão de cancelar a votação do impeachment na Câmara, depois revogada, brincadeira com a democracia.

Data: Terça-feira, 10/05/2016 00:00
Fonte: G1.globo.com/bom-dia-brasil
 

Duas decisões do presidente interino da Câmara tumultuaram ainda mais a política em Brasília. Primeiro, Waldir Maranhão cancelou a sessão do impeachment na Câmara. Depois, no meio da noite, Waldir Maranhão voltou atrás, cancelou a própria decisão.

 

Apesar dessa decisão de voltar atrás, o Senado, já desde o começo, não tinha tomado conhecimento dessa decisão de Waldir Maranhão e o tempo todo manteve a votação do impeachment da presidente Dilma para esta quarta-feira (11).

 

O presidente do Senado, Renan Calheiros, considerou a decisão do presidente interino da Câmara, a primeira decisão, uma brincadeira com a democracia. Decisão ignorada, falta apenas acertar nesta terça-feira (10) com os partidos alguns detalhes para a votação de quarta-feira (11), como o tempo exato que cada senador terá direito para falar. A votação será no painel eletrônico, sem aquela chamada nominal que a gente viu na votação da Câmara.

 

Horas antes de Waldir Maranhão desfazer a própria decisão, o presidente do Senado, Renan Calheiros, já tinha anunciado que ia ignorar o ato do presidente interino da Câmara. Assim que chegou no Plenário, de tarde ainda, Renan disse que não ia devolver o processo, que ia seguir com a tramitação do impeachment. E foi duro.

 

“Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo e ao fim e ao cabo, não cabe ao presidente do Senado Federal dizer se o processo é justo ou injusto, mas ao plenário do Senado, ao conjunto dos senadores, foi esta exatamente a decisão do Supremo Tribunal Federal”, afirma Renan Calheiros.

 

O anúncio do presidente do Senado agradou a oposição, mas provocou uma rebelião dos governistas. Na hora de passar para leitura do documento que daria andamento à sessão, eles começaram a gritar, ao mesmo tempo

 

Renan tentou limitar as falas e a senadora petista Gleise Hoffman se irritou. O presidente tentou conter o protesto.

 

Uma das defensoras da presidente Dilma, a senadora Vanessa Graziotin, do PCdoB, pegou a senadora do PT Gleise Hoffoman pela mão e foram até o presidente do Senado, continuando a briga.

 

Governistas até pararam de gritar, mas não de criticar. Renan Calheiros disse que a decisão do presidente interino, Waldir Maranhão, estava fora de hora. Lembrou que a Comissão Especial do Senado já tinha feito nove sessões para ouvir defesa e acusação, mais de 70 horas de trabalho, votado o relatório pela continuidade do processo e que tudo até aqui foi com base legal.

 

No final da sessão, o PT insistiu que a decisão do presidente do Senado era equivocada.

 

“E foram tantos atropelos ao regimento, à Constituição, orientação de voto, fechamento de questão, processos marcados para o final de semana que terminam colocando esse processo como algo viciado realmente”, afirma o senador Humberto Costa (PT-PE), líder do governo.

 

Para oposição, foi mais uma tentativa ensaiada para embolar a tramitação do impeachment.

 

“Desde o primeiro instante que eles tentam procrastinar e evitar o julgamento. Não conseguiram se defender das graves acusações, porque de fato os crimes de responsabilidade foram praticados pela presidente Dilma, eles tentam evitar o julgamento”, afirma o senador Cássio Cunha Lima(PSDB-PB).

 

Depois de toda a discussão, o presidente do Senado deixou o Congresso confirmando a sessão para quarta-feira (11).

 

“Nós vamos convocar a sessão para quarta -feira, a partir das 9h, a nossa ideia inicialmente é começarmos 9h, fazermos uma interrupção às 12h, retomarmos às 13h e irmos até às 18h, fazermos uma interrupção e voltamos às 19h”, dISSE Renan Calheiros.

 

A intenção do presidente do Senado é concluir na própria quarta-feira (11) a votação que vai definir se o processo de impeachment continua. Ainda falta acertar os detalhes com os líderes dos partidos. A ideia é dar de dez a 15 minutos para cada senador falar. A expectativa é de que 60 senadores, dos 81, queiram fazer discurso. A votação é no painel eletrônico, não deve ter chamada um a um como foi na Câmara.

 

A partir da tarde desta terça-feira (10), os senadores que quiserem falar na sessão de quarta-feira (11) já poderão se inscrever.