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NOTÍCIA

MPF denuncia João Santana, Marcelo Odebrecht e mais 15 na Lava Jato

Data: Sábado, 30/04/2016 00:00
Fonte: G1.globo.com/bom-dia-brasil

 

 
 
 

O Ministério Público Federal denunciou mais 17 pessoas, entre elas o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores, João Santana, e o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Os investigadores se espantaram com o volume de dinheiro desviado.

 

Em uma das denúncias, os investigadores acusam o marqueteiro do PT, João Santana, e a mulher dele de receber propina da Odebrecht: US$ 3 milhões teriam sido pagos no exterior e R$ 23,5 milhões em dinheiro vivo no Brasil.

 

Os investigadores dizem que os repasses foram feitos entre outubro de 2014 e maio de 2015, período que inclui as eleições para presidente.

 

“Nos leva a concluir dentro do raciocínio comum que era um pagamento decorrente dentro dos serviços prestados por eles nas eleições”, afirma o procurador da república Deltan Dallagnol.

 

Os procuradores denunciaram também ex-executivos da Odebrecht e o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht, acusado de comandar o esquema. Os investigadores afirmam a empresa tinha um setor que existia só para fazer repasses ilegais.

 

“A Odebrecht não se utilizava tanto de operadores de mercado porque ela tinha um setor específico que realizava esses pagamentos a agentes políticos, a empregados daPetrobras”, declara o procurador Antonio Carlos Welter.

 

A outra denúncia aponta que João Santana e Mônica Moura também receberam repasses no exterior feitos pelo operador Zwi Skornicki, outro denunciado. Para o Ministério Público, Zwi Skornicki foi responsável por dois esquemas de propina. Um deles, em contratos entre a Petrobras e o estaleiro Keppels Fels para construção de plataformas. 

 

Os investigadores dizem que parte do dinheiro desviado foi para o PT e outra parte para o ex-diretor de serviços da estatal Renato Duque e para o ex-gerente Pedro Barusco.

 

O segundo esquema teria sido montado entre Zwi Skornicki e a Sete Brasil, empresa que tem a Petrobras entre as sócias. Nesse acerto, 1/3 da propina ia para executivos da Sete Brasil. E a maior parte, 2/3, ficava com o PT.

 

Nos dois casos, parte da propina do PT foi direto para o marqueteiro João Santana e a mulher Mônica Moura - pelo menos US$ 4,5 milhões pagos no exterior.

 

“Esses valores que eram repassados a Monica Moura e João Santana eram contados como uma parcela da propina que deveria ser paga ao Partido dos Trabalhadores. A remessa dos valores era feita por orientação de João Vaccari, que era a pessoa que coordenava o repasse dos valores no interesse do Partido dos Trabalhadores”, afirma a procuradora Laura Tessler.

 

A defesa de Zwi Skornicki disse que vai se manifestar apenas em juízo.

 

A atual direção da Sete Brasil afirmou que assumiu o comando da empresa em maio de 2014 e que não se manifesta sobre ex-executivos.

 

O PT negou as acusações e reafirmou que todas as doações recebidas foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

 

As defesas de Mônica Moura, João Santana, Marcelo Odebrecht e Pedro Barusco não vão se manifestar.

 

O Bom Dia Brasil não conseguiu entrar em contato com as defesas de João Vaccari Neto e Renato Duque.