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NOTÍCIA

Cooperativa de castanha do Brasil representa MT nas Olimpíadas no RJ

Coopavam é a única representante estadual nas Praças Brasil Saudável. Projeto mostra que floresta vale muito dinheiro sem ser derrubada.

Data: Quarta-feira, 13/04/2016 00:00
Fonte: Do G1 MT
 
 
 
 
Cooperativa está entre as 37 organizações brasileiras selecionadas para apresentar a biodiversidade alimentar brasileira ao mundo. (Foto: Divulgação/ Coopavam-MT)
Cooperativa está entre as 37 organizações brasileiras selecionadas para apresentar a biodiversidade alimentar brasileira ao mundo. (Foto: Divulgação/ Coopavam-MT)
 

Uma cooperativa que atua na extração e produção de Castanha do Brasil, em Juruena, a 893 km de Cuiabá, vai levar o nome de Mato Grosso para as Praças Brasil Saudável, durante os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro. A Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) é a única representante estadual e está entre as 37 organizações brasileiras selecionadas para apresentar a biodiversidade alimentar brasileira ao mundo.

 

As praças da campanha Brasil Saudável e Sustentável estarão em pontos estratégicos da cidade do Rio de Janeiro entre 5 e 14 de agosto, durante as Olimpíadas. Além da castanha in natura, a Coopavam mostrará ao público dos jogos o óleo de castanha, barras de cereais, paçoca, macarrão e biscoitos.

 

Os produtos têm certificação orgânica e são feitos através do projeto Sentinelas da Floresta, considerado um modelo de agricultura familiar, que envolve a participação de grupos de mulheres, jovens, indígenas e assentados do noroeste de Mato grosso.

 

“Existe toda uma organização ambiental e de conscientização. De maneira direta, o projeto valoriza um produto da floresta. Mostra que a floresta vale muito dinheiro sem ser derrubada, também. Gera uma renda importante para famílias. Existem casos em que o pai trabalha colhendo a castanha na mata, a mãe trabalha nas fábricas no processamento, e o filho recebe o alimento gratuitamente na escola”, disse o engenheiro agrônomo e coordenador de projetos socioambientais, Paulo Cesar Nunes.

 

Extração da castanha do Brasil é feita há séculos por indígenas da região (Foto: Reprodução/ TVCA)
Extração da castanha do Brasil é feita há séculos por indígenas da região (Foto: Reprodução/ TVCA)
 

Segundo Paulo Cesar, a Coopavam atua no desenvolvimento de atividades e fortalecimento da extração da Castanha do Brasil, que há séculos é culturalmente feita por indígenas da região. A castanha é base alimentar dos povos Cinta Larga, Apiacás, Kayabi e Munduruku, que são parceiros do projeto e fornecem mais de 90% da matéria-prima.

 

Além disso, os produtos chegam à pessoas com carência alimentar e subnutrição de creches, escolas públicas, organizações não governamentais, aldeias e asilos da região. A cooperativa fornece alimentos para, pelo menos, 40 mil pessoas dos municípios de Juruena, Juína, Castanheira, Cotriguaçu, Colniza, Aripuanã, Juara e Brasnorte.

 

Famílias inteiras trabalham desde a extração até o processamento da castanha (Foto: Reprodução/ TVCA)
Famílias inteiras trabalham desde a extração até o processamento da castanha (Foto: Reprodução/ TVCA)
 

Cerca de 500 famílias de coletores de Castanha do Brasil deixaram de vender para atravessadores e passaram a desenvolver atividades dentro de uma economia solidária.

 

De acordo com informações da Coopavam, em 2008, quando a cooperativa começou, o óleo da castanha era comercializado a R$ 0,30 o quilo. Atualmente, o valor do mesmo produto é de R$45. Fato que afastou os atravessadores e aumentou o interesse das comunidades pela coleta da castanha do Brasil. E, consequentemente, em conservar a floresta nativa e em plantar castanhais em sistemas agroflorestais.