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NOTÍCIA

Cuiabana derrota 17 mil adversários e pode vencer programa de calouros

Data: Segunda-feira, 25/04/2011 00:00
Fonte:

Lucas Bólico/ Olhar Direto

Um dia desses, andando pela rua, Flavia Souza foi parada por uma moça ofegante e com a perna sangrando. Surpresa, perguntou do que se tratava e garota lhe contou que se machucou ao descer depressa do ônibus quando a viu. Ela só queria tirar uma foto. “Na hora eu pensei: ‘caramba’...”, conta, num misto de surpresa e satisfação sem nem completar a frase. O reconhecimento é fruto de sua participação no quadro “Jovens Talentos”, do Programa Raul Gil, do SBT. Ela enfrentou nada menos que 17 mil calouros e chegou à final.

Caso sagre-se campeã, a mato-grossense ganhará R$ 200 mil, além de gravar um CD e um DVD. Nada mal para quem ainda tem que “se virar” para seguir o sonho de ser cantora. Apesar da exposição semanal em um dos programas de maior audiência no horário e do talento reconhecido - e aplaudido - pela bancada de júri liderada pelo “fofo” (palavras dela) José Messias, Flávia conta que ainda é difícil conseguir apoio.

As passagens de avião para ir às gravações e a hospedagem, dela e da mãe que sempre a acompanha, são arcadas pela própria família. O dinheiro recebido pelo direito de imagem veiculado no programa é irrisório. “Seria bom se algum empresário ou político pudesse me ajudar. Na verdade, o que eu mais preciso é a passagem, porque com a hospedagem eu me viro”, simplifica.

Curiosamente, ela comenta, “tenho 8 fã clubes pelo Brasil, mas nenhum aqui de Mato Grosso”. Está enganada. Não é o baiano, capixaba ou carioca, na verdade, o principal fã clube de Flavia está dentro de casa. Em uma rápida conversa com as irmãs, mãe ou tia se vê, estampado, o orgulho que sentem de “Flavinha”.

Uma irmã brinca, “sou a empresária”, e a outra emenda, “e eu serei a assessora de imprensa”. Logo se lembram da infância: “brincar de show” era o nome da diversão. “Eu gostava de cantar desde criança. Fazia os shows em casa pra minha mãe. A gente também gravava fitas”, lembra.

Ela só percebeu o potencial que tinha em sua festa de 9 anos. “Eu pedi o microfone e cantei Como É Grande O Meu Amor Por Você, do Roberto Carlos, e todo mundo gostou e aplaudiu. Depois disso eu já falei pra minha mãe que eu queria fazer aulas de canto”. Desde então, Flávia sabe o que queria da vida. A estudante de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso confidencia que a sala de aula não é o seu lugar. “Eu não gosto de nada. Já fiz muitas coisas, trabalhei de vendedora, recepcionista, até auxiliar de dentista, mas eu não consigo me prender em lugar nenhum”. Seu lugar é mesmo o palco.