ARIPUANÃ, Quinta-feira, 28/03/2024 -

NOTÍCIA

Professor da UFRJ foi preso por terrorismo

Com liberdade condicional desde 2012, Hicheur tentou recuperar o emprego no Cern, mas foi barrado pela polícia

Data: Domingo, 10/01/2016 00:00
Fonte: O Tempo

dfg

Adlène Hicheur, argelino naturalizado francês, é investigado pela PF

Rio de Janeiro. Condenado em 2009 por planejar atentados terroristas na França, Adlène Hicheur, argelino naturalizado francês – que dá aulas de física na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – está sendo investigado pela Polícia Federal.

 

Enquanto vivia em Paris, ele foi condenado a cinco anos de detenção por planejar atentados terroristas. Ele disse que era um “bode expiatório”. A revista “Época” teve acesso aos 35 e-mails trocados entre um interlocutor apelidado Phenix Shadow e Hicheur e descriptografados pela Inteligência francesa.

 

Especialista em física das partículas elementares, Hicheur fazia parte da equipe da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) em Genebra, na Suíça. Em 2009, tirou uma licença médica e foi para a casa dos pais, na França, onde passou a frequentar um fórum na internet de jihadistas e a trocar mensagens com Phenix Shadow – que seria Mustapha Debchi, apontado como membro da Al Qaeda na Argélia. A polícia francesa passou a monitorar as mensagens.

 

Ao longo da conversa, Phenix fez uma abordagem a Hicheur: “Você está disposto a trabalhar em uma unidade de ativação na França? Que tipo de ajuda poderíamos te dar para que isso seja feito?” Cinco dias depois, a resposta. “Sim, claro”. Para permanecer na Europa, Hicheur mencionou uma estratégia: “Trabalhar no seio da casa do inimigo central e esvaziar o sangue de suas forças”. A polícia francesa decidiu prender Hicheur.

 

Com liberdade condicional desde 2012, Hicheur tentou recuperar o emprego no Cern, mas foi barrado pela polícia. No Brasil, ele conseguiu uma bolsa do CNPq, em 2013, e vive no bairro da Tijuca, no Rio, e tem visto de trabalho da UFRJ até julho. Como professor visitante, ele recebe R$ 11 mil por mês. A universidade informou que a contratação seguiu as normas.