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NOTÍCIA

PF deflagra operações que têm como alvos a Postalis e a SBM

Agentes cumprem mandados no Rio de Janeiro.

Data: Quinta-feira, 17/12/2015 00:00
Fonte: Jornal do Brasil

 

 

A Polícia Federal deflagrou duas operações nesta quinta-feira, 17, envolvendo o Postalis, pelo fundo de pensão dos funcionários dos Correios, e a empresa SBM Offshore. A Operação Positus tem como alvo em esquema de corrupção no fundo de pensão. A operação Sangue Negro envolve uma empresa que teria intermediado os contratos entre a SBM e a Petrobrás.

 

A Operação Sangue Negro investiga o desvio de dinheiro de contratos da Petrobras para o pagamento de propinas ocorrido a partir de 1997.

 

Policiais Federais cumprem 9 mandados judiciais, dos quais 5 de busca e apreensão e 4 de prisão preventiva no Rio de Janeiro/RJ, Angra dos Reis/RJ e Curitiba/PR.

 

Segundo a PF, a investigação teve início antes da operação Lava Jato, embora todos os seus alvos estejam relacionados aquela investigação. Dois dos mandados de prisão foram expedidos contra pessoas já presas em Curitiba.

 

Na operação Positus, a PF apura apura desvios de cerca de US$ 20 milhões em operações financeiras do Postalis, fundo de pensões dos funcionários dos Correios
Na operação Positus, a PF apura apura desvios de cerca de US$ 20 milhões em operações financeiras do Postalis, fundo de pensões dos funcionários dos Correios

 

As buscas acontecem nas residências dos investigados e em uma empresa do ramo de prospecção de petróleo.

 

A empresa, alvo das buscas, recebia repasses de contratos efetuados entre a Petrobras e a SBM da ordem de 3 a 5%, dos quais 1 a 3% eram depositados em off shores no exterior. Esse dinheiro retornava em forma de pagamento de propinas.

 

Os crimes investigados são sonegação fiscal, evasão de divisas, desvio de recursos públicos lavagem de dinheiro, dentre outros crimes.

 

Operação Positus investiga fraudes nos fundo de pensão dos Correios e Telégrafos

A Polícia Federal apura fraudes na gestão de recursos do Postalis – Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos, que podem ter causado um prejuízo de cerca de R$180 milhões ao fundo de pensão, na Operação Positus. 

 

A PF cumpre sete mandados de Busca e Apreensão em três estados e no Distrito Federal, sendo dois em São Paulo, três em Brasília, um em Belém e um em João Pessoa. 

 

A pedido da PF, a 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo também expediu um mandado de prisão preventiva para o principal investigado, ex-gestor dos fundos de investimento de recursos do Postalis, que estaria vivendo nos Estados Unidos. Os investigadores apuraram que há alguns meses ele requereu passaporte italiano em Miami e há dois meses viajou para a Espanha. Ele não foi localizado e seu nome foi incluído na lista vermelha de procurados internacionais da Interpol. A PF trabalha em cooperação policial com as polícias americana, italiana e a Interpol para localizá-lo e prendê-lo.

 

Segundo a PF, foram bloqueados imóveis dos investigados, visando futuro ressarcimento dos prejuízos causados aos fundos. 

 

De acordo com a Polícia Federal, o inquérito policial foi instaurado em 2012 e identificou que dois fundos de investimentos do Postalis, contendo mais de 370 milhões de Reais em recursos aplicados, foram geridos de forma fraudulenta. 

 

As transações eram ordenadas por uma administradora de valores com sede em São Paulo, porém, executadas na cidade de Miami, nos Estados Unidos. A fraude consistia na compra de títulos do mercado de capitais, por uma corretora americana, que os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos investigados. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelos fundos do Postalis com um aumento ainda maior no valor do título. Assim, em um período de poucos dias e, sem justificativa, a aquisição era feita por um preço mais de 60% maior do que o real valor de mercado.

 

Segundo a PF, as buscas desta quinta-feira tem o objetivo de localizar novas provas e identificar o destino dos recursos desviados. 

 

Os investigados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação de recursos de fundos e lavagem de dinheiro, com penas que variam de 2 a 12 anos de prisão.

 

Segundo a PF, a palavra “postal” provém do latim “positus”, nome dado aos postos de correio situados ao longo dos caminhos para dar descanso aos mensageiros.