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Senadores se dizem perplexos com prisão de líder do governo

Senador Delcídio do Amaral é suspeito de obstruir as investigações da Operação Lava Jato; prisão foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki

Data: Quinta-feira, 26/11/2015 00:00
Fonte: Agência Brasil

Senadores da bancada do PT e alguns líderes da base governista no Senado se reuniram na Liderança do partido na Casa, para discutir a situação do líder do governo, Delcídio do Amaral (PT-MS) preso na manhã desta quarta-feira (25) pela Polícia Federal.

 

A prisão foi autorizada pelo relator do processo da Operação Lava Jato na Corte, ministro Teori Zavascki. A suspeita é de que o senador estaria obstruindo as investigações do caso. Também foi preso o banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual. “Estamos todos perplexos. É um constrangimento generalizado”, disse o senador Paulo Paim, do PT-RS, que participou da reunião.

 

 

Delcídio do Amaral foi preso na manhã desta segunda-feira
 
Delcídio do Amaral foi preso na manhã desta segunda-feira
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
 

Em nota, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros, do PMDB-AL, diz que foi informado, no início desta manhã, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as diligências envolvendo o senador Delcídio do Amaral.

 

“O Senado Federal aguarda a remessa das informações pelo STF, segundo o que estabelece a Constituição Federal em seu Artigo 53. Posteriormente, o Senado Federal adotará as medidas que entender necessárias”, diz a nota. Renan disse ainda que vai reunir os líderes partidários e a Mesa Diretora para discutir o assunto.

 

Por se tratar de um senador da República, a manutenção da prisão de Delcídio terá que ser decidida em uma sessão no plenário da Casa por maioria dos membros – 41 senadores. Segundo a assessoria da Secretaria-Geral da Mesa, como se trata de um caso inédito, já que nunca um senador foi preso no exercício do mandato, o presidente da Casa terá que decidir como vai encaminhar o processo.

 

Após o recebimento dos autos do processo, o Senado terá 24 horas para se posicionar sobre o assunto. A exemplo do que acontece na Câmara dos Deputados, uma das possibilidades é mandar o processo para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

 

O senador Raldolfe Rodrigues, da Rede-AP, considerou graves as acusações contra o líder do governo. “São gravíssimas. A Constituição diz que o Senado tem que se reunir para deliberar sobre esse tema. Eu defendo que o Senado, ao receber os autos, analise as provas e proceda de forma que não obstrua qualquer investigação por parte da Justiça”, defendeu.

 

“Nós ainda estamos perplexos vamos esperar receber mais informações para deliberar”, disse a senadora Lídice da Mata, do PSB-BA.

 

“O Supremo tomou a decisão. Teve as suas razões que nós não conhecemos e elas vão chegar ao Senado que, tomando conhecimento, vai deliberar. O Senado vai agir com racionalidade, mas também com autonomia”, disse o senador Agripino Maia, do DEM-RN.