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Impasse com PMDB adia anúncio da reforma ministerial

Data: Sexta-feira, 02/10/2015 00:00
Fonte: Jornal do Brasil

 

 

 

O anúncio da reforma ministerial, previsto para esta quinta-feira, foi adiado para sexta-feira (2), devido ao impasse com o PMDB quanto aos ministérios a serem preenchidos pelo partido. Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff esteve reunida com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e assessores especiais para discutir o assunto.

 

Segundo fontes do Planalto, o principal impasse dizia respeito ao Ministério de Ciência e Tecnologia.Dilma chamou o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, para que ele aceitasse ser transferido para a Ciência e Tecnologia, liberando sua atual pasta para a bancada do PMDB na Câmara. Padilha não aceitou a oferta, e Dilma decidiu mantê-lo no mesmo cargo.

 

 

Kátia Abreu, também continuará na Agricultura; Henrique Alves, no Turismo; e Eduardo Braga, no Ministério de Minas e Energia. Já Hélder Barbalho, atual ministro da Pesca, vai para Portos. Os dois ministérios que caberão à bancada do PMDB na Câmara serão Saúde, que deverá ser ocupado por Marcelo Castro, e Ciência e Tecnologia, que deverá ficar com o deputado Celso Pansera, do PMDB-RJ.

O anúncio da reforma ministerial está marcado para as 10h30, no Palácio do Planalto. A própria presidente fará o anúncio com todos os ministros envolvidos presentes.

 

Na semana que vem, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, detalharia como as alterações impactariam na redução de gastos.

 

Uma coisa é certa: a saída de Aloizio Mercadante (Casa Civil) do núcleo duro do governo vem sendo vista como uma vitória do ex-presidente Lula. Ao líder petista se credita o ganho de fôlego do Planalto para manter o PMDB na base aliada, sem grandes prejuízos.

 

 

Henrique Meirelles atende ao desejo de Lula, que tem sido crítico da política econômica do governo
Henrique Meirelles atende ao desejo de Lula, que tem sido crítico da política econômica do governo

 

Mas o desfecho da reforma ministerial e administrativa pode apresentar uma surpresa. Lula vem insistindo na nomeação de Henrique Meirelles para ocupar o lugar de Alexandre Tombini na presidência do Banco Central.

 

Dilma já cedeu aos pedidos de Lula em relação a Jaques Wagner, que será o novo titular da Casa Civil; Ricardo Berzoini, na coordenação política; e Edinho Silva, na Comunicação. Se concordar com a mudança no BC, o ex-presidente passará a influenciar também a área econômica do governo, da qual ele é crítico severo.

 

Líderes do PMDB no Congresso Nacional avaliaram, em reunião nesta quarta-feira (30), que a saída de Aloizio Mercadante da Casa Civil pode melhorar a relação do Planalto com a base aliada.

 

Ontem, ao comentarem a nomeação de Jaques Wagner para o lugar de Mercadante, peemedebistas ainda demonstravam ressentimento com o petista por conta da sucessão de problemas causados no passado e que deterioram o diálogo da presidente Dilma Rousseff com o Parlamento.

 

Ministro deixa a Casa Civil e será substituído por Jaques Wagner, com quem o PMDB tem melhor relação
Ministro deixa a Casa Civil e será substituído por Jaques Wagner, com quem o PMDB tem melhor relação

 

Lembraram, por exemplo, que foi de Mercadante a ideia de apresentar, no início do ano, um candidato alternativo - o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) - para concorrer com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara. O que, na interpretação dos peemedebistas, provocou ainda mais o atual presidente da Casa.

 

Já na eleição para a Presidência do Senado, o ministro levou parte do PT a apoiar o adversário de Renan Calheiros, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC, falecido em maio deste ano), que também perdeu o embate.

 

Ainda segundo parlamentares do maior partido da base aliada, Mercadante também foi um dos maiores estimuladores da recriação do Partido Liberal pelo ministro Gilberto Kassab (PSD) para esvaziar o PMDB. Para a felicidade dos peemedebistas, o TSE negou o registro ao PL. E o governo ganhou um problema a menos com sua base aliada.