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NOTÍCIA

Votação dos vetos de Dilma é adiada após impasse no Congresso

Queda de braço entre presidentes da Câmara e do Senado impediu sessão. Anúncio da reforma ministerial também pode ser adiado, disse Temer.

Data: Quinta-feira, 01/10/2015 00:00
Fonte: G1.globo.com/bom-dia-brasil
 
 

A votação dos vetos ao aumento de gastos aprovado pelo Congresso foi adiada. Uma queda de braço entre os presidentes da Câmara e do Senado impediu a sessão e, no meio dessa confusão, a Câmara jogou no colo do governo mais uma pauta-bomba. Os deputados aprovaram um projeto que aumenta o gasto do INSS em R$ 70 bilhões nos próximos 20 anos.

 

Essa sessão foi convocada pelo presidente da Câmara para inviabilizar a sessão conjunta do Congresso, que iria votar os vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos que podem aumentar gastos. A votação ficou para terça-feira.

 

O que pode ser adiado também, mais uma vez, é o anúncio da reforma ministerial. O vice-presidente Michel Temer disse que pode ficar para sexta (2).

 

O ministro da Educação, Renato Janine, foi demitido, e ele mesmo anunciou na internet. Não ficou nem seis meses no cargo, que poderá ser ocupado por Aloisio Mercadante, hoje da Casa Civil, para onde iria Jaques Wagner, atual da Defesa, que passaria para Aldo Rebelo, que deixaria a pasta da Ciência e Tecnologia.

 

A troca de cadeiras é para reacomodar o PMDB e dividir o peso entre os aliados. Era para ter sido anunciada na semana passada, e a demora tem refletido no Congresso, dizem parlamentares. “Parece que a confusão do Planalto atravessou a rua e se instalou aqui no Congresso Nacional”, afirmou o líder do Psol na Câmara, deputado Chico Alencar.

 

Peemedebistas se estranharam. O presidente do Senado tinha convocada uma sessão do Congresso. O presidente da Câmara ocupou o plenário até tarde da noite. Resultado: continuam sem votação vetos da presidente a projetos que aumentam gastos. É que o presidente da Câmara queria que fosse incluído o veto a doações de empresas para campanhas eleitorais. Não teve nem uma coisa nem outra, e embaralhou tudo.

 

“A política, ela pode ser tudo, mas ela não pode colocar os seus caprichos acima do interesse do país”, afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros.

 

“Não foi capricho meu, não. Isso foi previamente combinado pelos líderes e eu aceitei cumprir a decisão dos líderes”, disse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

 

No fim das contas, o governo não conseguiu barrar aumento de despesas. Na confusão do dia, o plenário da Câmara aprovou a chamada desaposentação, que dá aos aposentados que continuam trabalhando o direito a um novo cálculo do benefício depois de cinco anos de contribuições. O INSS disse que isso vai custar nos próximos 20 anos R$ 70 bilhões.

 

Já o veto ao reajuste do Judiciário continua na fila. A votação ficou marcada para terça que vem. Servidores gritaram, fizeram sujeira, e, mais uma vez, saíram sem saber se terão os reajustes, que chegam a 76%.

 

O ministro da Fazenda avisou que se tiver aumento, certamente terá imposto. “Cada veto que é mantido é um imposto a menos que a gente paga, certo? E o valor dos vetos somam 2 CPMFs. Então é muito dinheiro que a gente tem que evitar gastar nesse momento para não ter mais impacto nos impostos”, disse Joaquim Levy.

 

A proposta da chamada desaposentação, aprovada na Câmara, ainda precisa passar pelo Senado.