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NOTÍCIA

Médicos do INSS param atividades e cerca de 350 perícias deixam de ser realizadas

Data: Quarta-feira, 09/09/2015 00:00
Fonte: Olhar Direto

Médicos do INSS param atividades e cerca de 350 perícias deixam de ser realizadas

 

 

Das 500 perícias realizadas por dia, pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cerca de 350 deixaram de ser realizadas desde a última sexta, 4. Na data, os 70  médicos do órgão no Estado aderiram ao movimento grevista, atendendo apenas com 30% do contingente. Os demais trabalhadores do órgão completaram hoje, 8, 60 dias de paralisação. Nesta tarde, em reunião na sede da sede do órgão, em Cuiabá, a direção da greve ressaltou a urgência na contratação imediata de funcionários, que apresenta um déficit de 50% no quadro.




De acordo com um dos membros do comando, Patrick Barbosa, ainda não foi calculado um balanço oficial dos atendimentos. “Existe um prazo legal de 45 dias para entregarmos uma perícia, mas na nossa realidade, elas só são finalizadas depois de seis meses de espera. Isso gera revolta nos segurados, e em muitos casos, agressão. Nós entendemos, mas os funcionários também têm adoecido diante de tanto estresse e de condições precárias de trabalho”.

 

Dentre as principais reivindicações da classe, estão a realização de um concurso público, melhoria nas condições de trabalho e reajuste inflacionário. O representante ressalta que não está sendo exigido aumento salarial. “Metade do nosso salário é gratificação, ou seja, temos que cumprir metas mensais. Diante de tantos problemas, isso fica impossível, por isso queremos reajuste inflacionário e incorporação desse valor ao nosso pagamento”.

 

As propostas, que vem sendo debatidas em Brasília, ainda não renderam um acordo satisfatório. Para todo o Brasil, foram disponibilizadas  um total de 900 vagas para concurso público, número considerado baixo pelos manifestantes. O Governo Federal, que reconhece a legitimidade dos pedidos, alega não promover as ações por conta do cenário econômico em que o país de encontra.

 

Em Mato Grosso atuam 400 servidores, metade do necessário para o funcionamento correto do órgão. Patrick explica que deste número, metade já se encontra em condições de pedido de aposentadoria, e que a tendência é que o número diminua drasticamente nos próximos dois anos. Por esse motivo, seriam necessárias no mínimo 200 vagas para o Estado.

 

Para ele, a situação não é confortável para nenhum dos lados. “Pedimos desculpas a população e ficamos agoniados com essa circunstância, mas essas atitudes são tomadas porque precisamos de melhorias para todos. Nossas condições de trabalho são péssimas. Além de poucos funcionários, enfrentamos também problemas de estrutura física, tem unidades que as goteiras são tão grandes que parece que choveu lá dentro. Fora casos de servidores que precisam fazer vaquinha pra comprar papel higiênico”.