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NOTÍCIA

PIB não caiu por causa do ajuste fiscal, diz Joaquim Levy

Data: Domingo, 30/08/2015 00:00
Fonte: Brasil em Folhas

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acredita que foram fatores não econômicos estão prejudicando a retomada da atividade econômica, uma vez que aumentam o nível de incerteza. Para ele, não foi o ajuste fiscal que contribuiu para a queda de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano.



— Nos próximos meses, alguns setores já devem estar ma



is fortes. Se não tivesse fatores não econômicos, provavelmente a gente já estaria vendo essa retomada, depois de seis oito meses das primeiras medidas que tomamos. (...) O PIB caiu pelo ajuste fiscal? Não. Caiu por outras razões, pela incerteza — disse ele, durante o 7º Congresso Internacional dos Mercados Financeiros e de Capitais, acrescentando que não acredita que o Brasil irá enfrentar dois anos seguidos de recessão.



Pelo contrário, ele afirmou que parte das medidas do ajuste da economia já estão surtindo efeito, como a melhora nas contas externas, e que isso irá se intensificar nos próximos meses. O ministro acredita que isso ficará claro quando as empresas começarem a recompor os estoques, o que pode levar a uma substituição de bens importados, agora mais caros por causa do dólar, por opções nacionais.



Em relação ao curto prazo, ele defendeu que o equilíbrio fiscal é um desafio e que tem que ser feito. Também criticou as “apostas” relação a quando o Brasil irá perder o grau de investimento.



— Tem gente que fica fica olhando a cartelinha para apostar quando vai perder o grau de investimento. O que e isso? Está falando do Brasil, do nosso país. A gente sabe das consequências de vir a perder esse grau de investimentos. Vão se consequências duras para toda a população, mas tem quem fique aí fazendo bingozinho. Essa não pode ser a nossa cabeça. A gente sabe o que tem que fazer (para evitar isso) — afirmou.



O ministro não descarta a necessidade e elevação de impostos para que se chegue a esse equilíbrio fiscal. Como exemplo, citou o caso da Grécia, que por muito tempo resistiu a fazer isso, mas que teve que ceder e adotar um pacote não só de austeridade, mas também de elevação dos tributos. Também acredita que setores que possuem elevados gastos, como o da saúde, precisam passar por um processo de melhor eficiência.



— A CPMF se pudesse ser uma fonte estável para a saúde por alguns anos pode ser bom — disse.



O ministro defende ainda que a reforma do PIS/Cofins seja já aprovada em 2015, para que as empresas já tenham um cenário tributário mais simplificado em 2016, o que contribuiria também para a retomada da economia.