Jovens conhecem Integração Pecuária-Floresta (IPF)

A eficiência e a aplicação de tecnologias na pecuária de corte visando o aumento de renda foi tema do segundo encontro da nova turma do projeto Futuros Produtores do Brasil. O grupo formado por trinta jovens visitou nesta sexta-feira (28/08) a Estância Anna Sophia, propriedade gerenciada pelo produtor rural Arno Schneider e seus filhos em Santo Antônio de Leverger.

O projeto Futuros Produtores do Brasil é realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), com o apoio dos Sindicatos Rurais e o patrocínio da Monsanto. “Nossa intenção é formar sucessores em vez de herdeiros. Queremos ver os filhos juntos com os pais na propriedade, trabalhando no dia a dia do campo e aliando a experiência do pai com as novas tecnologias aprendidas na faculdade”, destaca o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini.

Arno Schneider foi um dos primeiros a apostar em sistemas integrados em Mato Grosso. Há 12 anos ele investe na Integração Pecuária-Floresta (IPF). Em sua propriedade são mais de 80 hectares destinados à integração entre teca e pastagem. Há também mais 100 hectares onde são cultivados teca em sistema cadenciado, ou seja, somente de teca. "A quantidade de árvores que colocamos por hectare não prejudica em absolutamente nada a minha pastagem. Então eu não perco nada na minha produção pecuária e ainda tenho um ganho extra na venda da teca”, conta o produtor.

Essa integração chamou a atenção do participante de Rondonópolis, Gustavo Pasqualotto. “Na propriedade do meu pai, nós fazemos a integração lavoura-pecuária e agora vou levar para ele essa nova possibilidade, porque é algo que não vai atrapalhar a pecuária e que vai gerar um lucro para nós no futuro”, afirma.

A pecuária é a principal atividade da estância. São 1.800 hectares de pastagem com cerca de três mil animais das raças Nelore, Brahman, Caracu e Aberdeen Angus em semi-confinamento. Na propriedade é aplicada a técnica conhecida como “boi 7-7-7” em que o animal ganha sete arrobas em cada etapa do ciclo de produção. “O boi criado no regime 7-7-7 é abatido pesando 21 arrobas em apenas 24 meses, o que me permite ter um lucro de quase mil reais a mais por cabeça”, explica Schneider.

Outra técnica aplicada na propriedade é a adubação de pastagem. Schneider ressalta que muitos pecuaristas têm dado pouca importância ao capim que é o principal alimento do boi. "A comida do gado é o pasto, a adubação incrementa a produtividade do pasto e, consequentemente, eu consigo aumentar a minha lotação de animais dentro da fazenda”.

A participante de Chapada dos Guimarães, Camila Muniz, achou a técnica interessante e levará para a propriedade da família. “Em nossa fazenda nós ainda não adubamos a pastagem e algumas vezes temos problemas com o pasto. Essa, com certeza, será uma alternativa viável para não termos mais preocupações”, pontua Camila.

Este é o terceiro ano do projeto Futuros Produtores do Brasil que tem o objetivo de despertar a paixão pelo agro nos filhos, netos e sobrinhos de produtores rurais de Mato Grosso e estimular a formação de novos líderes do setor.

Hoje (29), o mesmo grupo continuará as atividades na sede da Famato com uma capacitação com foco em formação comportamental, com o consultor Álvaro de Carvalho Neto. Para saber mais sobre o projeto acesse:www.facebook.com/futurosprodutoresdobrasil.