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Gastos com gráfica da AL é metade das despesas de hospital de Cuiabá

Data: Quinta-feira, 30/07/2015 00:00
Fonte: Aline Martins

Gastos com gráfica da AL é metade das despesas de hospital de Cuiabá

Foto: reprodução
 
 

Os gastos da Assembleia com aquisição de papel e material gráfico corresponde a metade do orçamento destinado ao Pronto-Socorro de Cuiabá. A comparação é do juiz Luis Fernando Voto Kirche, feita quando recebeu pedido de bloqueio de bens dos investigados no suposto esquema envolvendo a Gráfica Propel. O gasto do Legislativo foi de R$ 68 milhões em 26 meses. Em 2012, a unidade de saúde, por sua vez, consumiu R$ 63 milhões.

 

O magistrado calcula ainda que a quantidade de papel adquirido para a produção dos 150 mil livros pela Assembleia  daria para cobrir o litoral do Brasil se cada folha fosse colocada lado a lado.

 

A ação, proposta pelo Ministério Público, tramita na Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular e está relacionada à licitação realizada para serviços gráficos em que a empresa Propel Comércio de Materiais para Escritório foi contratada. A decisão do juiz foi em 3 de fevereiro.

 

Nela, o magistrado também destaca que, pela qualidade dos equipamentos encontrados, a gráfica não conseguiria imprimir a quantidade de material gráfico a ser entregue para a Assembleia. Além disso, não há comprovação de que a empresa tenha adquirido a quantidade de papel a ser fornecida e, por proibição legal,  não pode subcontratar o serviço.

 

O esquema tem como centro a delação premiada dada pelo ex-deputado estadual Maksuês Leite. Documentação mostraria a troca de mensagem entre o ex-parlamentar, Jorge Defanti e ainda o funcionário da Print Alessandro Francisco Teixeira Nogueira, braço direito da família Defanti. Ela evidencia que o empresário seria o responsável por gerenciar o esquema de licitação e junto com o ex-deputado José Riva (PSD) e o deputado Mauro Savi (PR), na época presidente e primeiro-secretário da Assembleia, respectivamente, quem ganharia a licitação.

 

“...também, existem fortes indícios da participação dos demais requeridos: Gleisy Ferreira de Souza, Luiz Márcio Bastos Pommot e Djan da Luz Clivati”, consta de trecho da decisão.  Clivati possui uma empresa de nome TV Norte Mato-grossense no mesmo endereço onde se situa o escritório de Riva.

 

A decisão proferida em fevereiro deste ano, em caráter de liminar, determinou a indisponibilidade dos bens de todos os acusados no montante de R$ 2,3 milhões, valor apurado até o momento. Porém, Mauro Savi conseguiu uma decisão de efeito suspensivo, já os demais tiveram os pedidos negados e continuam com os bens bloqueados.