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NOTÍCIA

Exportações mato-grossenses seguem trajetória negativa

Data: Segunda-feira, 15/06/2015 00:00
Fonte: Diário de Cuiabá

Exportação de Grãos  2012 /

 

 

Os cinco primeiros meses de 2015 passaram e o saldo das exportações mato-grossenses segue em trajetória negativa, tanto em receita quanto nos volumes embarcados. Maio, que costuma ser um bom período para a movimentação da soja, fechou com o pior faturamento para mês dos últimos quatros anos, US$ 1,50 bilhão. A cifra, por exemplo, é 13,8% inferior aos US$ 1,74 bilhão de 2014. Mesmo com mais uma produção recorde de soja, o carro-chefe da pauta estadual, o grão não segurou o ritmo de vendas registrado no ano passado, graças ao recuo no ‘apetite’ dos chineses, principal mercado consumidor da commodity.

 

A retração, também no acumulado do ano - de janeiro a maio -, revela retração de 28,51%. Dos três principais produtos da pauta estadual, todos segue com performance negativa em relação ao ano passado. Conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), na semana passada, a receita das exportações mato-grossenses, de janeiro a maio, somou US$ 5,05 bilhões contra US$ 7,07 bilhões consolidados em igual momento do ano passado. No mesmo acumulado do ano, o volume físico movimentado reduziu (em menor proporção) de 13,83 milhões de toneladas (t) para 12,36 milhões t. Mesmo com o dólar mais valorizado no período, quando comparado à realidade de 2014, o freio no apetite chinês explica a má performance da pauta mato-grossense. Ainda que se mantenha como o principal parceiro, a China reduziu em quase 44% o valor das compras. Até maio foram US$ 1,80 bilhão contra US$ 3,19 bilhões, com isso, a participação no total exportado pelo Estado que chegou a representar 45% de toda receita dos cinco primeiros meses do ano passado, passou a pouco mais de 35%.

 

A retração da China não foi compensada por uma maior atuação de outros importadores. Pela ordem, Indonésia, Paises Baixos (Holanda), Tailândia e Irã – que juntos formam os cinco maiores mercados das exportações locais até maio – representam cerca de 21% do faturamento. O segundo maior consumidor da pauta estadual, a Holanda, também reduziu os negócios, mas num percentual maior que a China: -62%.

 

Produtos – A soja em grão, principal commodity mato-grossense, encerrou o período (até maio) com queda de 40% na receita, que passou de US$ 4,45 bilhões para US$ 2,67 bilhões. Em volume físico, os embarques foram reduzidos de 8,85 milhões t para 6,81 milhões.

 

Segundo maior peso das exportações de Mato Grosso, o milho diminuiu a retração na comparação anual, que chegou próxima de 50% ao longo de 2015, quando comparado a igual momento do ano passado, mas ainda tem saldo negativo em 0,16%. Conforme o Mdic, US$ 569,34 milhões haviam sido negociados de janeiro a maio contra US$ 570,28 milhões de 2014. Nesse item em especial, o volume exportado aumentou de 2,88 milhões t no ano passado para 3,04 milhões em 2015, e mesmo com a força da valorização do dólar não foi possível superar a receita.

 

O terceiro produto da pauta, a carne bovina, contabiliza queda de receita em 23,36%. A movimentação até maio somou US$ 322,29 milhões contra US$ 420,55 mi no acumulado de 2014.