São Paulo - O dólar subia nesta segunda-feira, após cair nas últimas quatro sessões e fechar abaixo de 3 reais na sexta-feira, reagindo a renovadas preocupações com a crise em torno da dívida grega, apesar de a China ter cortado os juros no fim de semana.

 

Às 10h18, a moeda norte-americana subia 0,31 por cento, a 2,9925 reais na venda. O primeiro contrato do dólar futuro, que havia ampliado as perdas após o fechamento passado, avançava cerca de 0,6 por cento.

 

Nos quatro pregões anteriores, a divisa havia acumulado queda de 3,16 por cento.

 

A China cortou no domingo as taxas de juros pela terceira vez em seis meses para estimular a segunda maior economia do mundo, que deve ter seu pior ano em 25 anos.

 

 

"Embora amplamente antecipada pelos mercados, à decisão é importante para as commodities e emergentes", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes. "O contraponto no mercado cambial vem da Grécia, que tem hoje importante reunião com os credores europeus".

 

Ministros das Finanças da zona do euro reúnem-se nesta segunda-feira para discutir um possível acordo que traga alívio ao aperto de liquidez pelo qual passa atualmente a Grécia.

 

O ministro grego, Yanis Varoufakis, já afirmou que as chances de que se chegue a um acordo agora são baixas, mas o país não atrelou o pagamento da parcela de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence na terça-feira a essa reunião.

 

Nesse contexto, o dólar voltava a rondar o patamar de 3 reais. Alguns operadores acreditam que a divisa norte-americana deve voltar a superar esse nível, reagindo à expectativa de que os swaps cambiais que vencem em junho sejam rolados apenas parcialmente pelo Banco Central.

 

"(O nível de 3 reais) está se delineando como um patamar importante e o BC pode aproveitar a queda do dólar para diminuir ainda mais a exposição" em swaps, disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

 

Mais tarde, o BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em junho, com oferta de até 8,1 mil contratos.