Washington - Os republicanos aumentaram para cinco seus candidatos à Casa Branca em 2016, com o anúncio de pré-candidatura nesta segunda-feira da ex-chefe da Hewlett Packard (HP) Carly Fiorina e do neurocirurgião negro Ben Carson.
Ambos os candidatos se juntam aos três senadores conservadores que já estão em campanha pelas primárias republicanas: Ted Cruz, Rand Paul e Marco Rubio. Um sexto candidato, o ex-governador de Arkansas (sul) e apresentador de TV Mike Huckabee, deve anunciar sua candidatura na terça-feira.
O ex-governador da Flórida (sudeste) Jeb Bush e o atual governador de Wisconsin (nordeste) Scott Walker, os dois mais fortes, também devem entrar na briga nos próximos meses, fazendo dessa primária republicana a mais aberta em décadas.
Como única candidata do sexo feminino nas fileiras republicanas, Fiorina está certa de que poderia ser um contrapeso à democrata Hillary Clinton, que também aspira a se tornar a primeira mulher a governar os Estados Unidos.
"Nossos fundadores nunca pretenderam uma classe política profissional", disse Fiorina no vídeo de lançamento de sua campanha.
"Sabemos que a única maneira de reinventar o nosso governo é reinventando quem o lidera", disse ela.
Fiorina tentou retratar Clinton, que foi secretária de Estado depois de ex-primeira dama, como a "personificação" da elite política de Washington, que fará de tudo para perpetuar sua família no poder depois de seu marido Bill Clinton ser presidente duas vezes.
"Ela e seu marido estão na política desde sempre", afirmou a empresária em uma longa conferência para a imprensa nesta segunda-feira.
Carly Fiorina foi forçada a renunciar ao comando da HP depois de uma performance calamitosa no mercado de ações. Ela já havia tentado, sem sucesso, conquistar uma vaga no Senado.
Também aconselhou o senador John McCain, adversário de Barack Obama na corrida para a Casa Branca em 2008.
Por sua vez, Ben Carson, que entrou na política há dois anos com um discurso crítico à política do presidente Barack Obama, busca se tornar o primeiro candidato republicano negro à Casa Branca.
De agir calmo, Carson escapou de uma infância de "extrema pobreza" em Detroit (nordeste) e emergiu como um dos médicos mais respeitados do país.
Mas suas posições como a rejeição ao casamento gay e a descrição do programa de saúde Obamacare de 2013 como "a pior coisa que aconteceu no país desde a escravidão", despertaram argumentos de que seria muito radical como governante.
"Se Deus quiser que cheguemos na Casa Branca (...), vamos mudar o governo para que seja bem gerido", declarou Carson, de 63 anos, durante seu discurso em Detroit.
Ele aproveitou a oportunidade para desmentir que cortará, caso seja eleito, a rede de programas assistências, argumentando que não pretende se desfazer do que a população necessita, mas "retirar programas que criam dependência de pessoas capazes."
Carson, que foi diretor de pediatria do Centro Johns Hopkins em 1984, não tem pedigree político, mas disse que sua "experiência resolvendo de problemas" como um médico irá ajudá-lo no Salão Oval.
O ator Cuba Gooding interpretou Ben Carson no filme "Gifted Hands" (Mãos Milagrosas, 2009), dirigido por Thomas Carter, que narra a vida do candidato republicano.