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NOTÍCIA

Em MT, manifestantes são impedidos de acompanhar sessão com Cunha

Integrantes de movimentos sociais tentaram fazer cadastro e foram barrados. Equipe de cerimonial informou que plenário e galeria são só para autoridades.

Data: Sexta-feira, 24/04/2015 00:00
Fonte: Do G1 MT
Manifestantes tentaram entrar e foram barrados na escada de acesso à galeria da Assembleia (Foto: Renê Dióz/ G1)
Manifestantes foram barrados pela polícia na escada de acesso à galeria da Assembleia (Foto: Renê Dióz/ G1)
 

Em protesto contra o projeto de lei que regulamenta a terceirização, integrantes de movimentos sociais tentaram entrar no plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), em Cuiabá, nesta sexta-feira (24), para participar da sessão presidida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas foram barrados pelos seguranças. Com faixas e instrumentos musicais, eles gritaram: 'Não somos baderneiros. Só não queremos que roubem meu dinheiro'.

 

 

A equipe de cerimonial do Legislativo, que organiza o evento, informou que eles poderão acompanhar a sessão do saguão, mas que as cadeiras do plenário e da galeria serão destinadas exclusivamente para autoridades políticas, entre elas vereadores e deputados do estado.

 

Integrantes de movimentos sociais protestam na fila do cadastro na Assembleia (Foto: André Souza/ G1)
Integrantes de movimentos sociais protestaram na
fila do cadastro (Foto: André Souza/ G1)
 

O representante do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, Clodoaldo Barbosa, considerou um absurdo a população não poder participar da sessão. "Não podemos ter acesso à nossa 'Casa'. Somos o povo", afirmou. Ele também reclamou da aprovação da PL da terceirização na Câmara dos Deputados. "Estão querendo nos escravizar e não vamos aceitar", declarou o sindicalista. Aprovada nesta semana pelos parlamentares, a proposta foi encaminhada ao Senado para análise. Eles protestaram na fila do cadastro para o evento.

 

Além de membros do Sindicato dos Bancários, participam da manifestação integrantes da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso (CUT), da Pastoral da Terra e de organizações que representam os estudantes, entre elas a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da União da Juventude Socialista (UJS).

 

Tropa de choque foi chamada para evitar que manifestantes entrassem no plenário. (Foto: Renê Dióz/ G1)
Tropa de choque foi chamada para evitar que manifestantes entrassem no plenário. (Foto: Renê Dióz/ G1)
 

A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada para evitar que os manifestantes acompanhem a sessão. Com escudos, mais de 10 policiais ficaram em um corredor de acesso ao plenário.

 

 O estudante Gabriel Henrique Carmen Silva, vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Estudantes (Ames) e representante da Ubes, disse ter sido agredido por policiais quando tentava entrar no plenário. Ele contou que estava na escada, entre o saguão e a galeria, quando foi empurrado lá de cima. "Estamos querendo participar da audiência de forma pacífica, mas a polícia não é pacífica", afirmou.

 

Um vídeo feito pela equipe do G1 mostra o estudante sendo empurrado da escada de acesso ao plenário. No entanto, ele não ficou ferido.

 

Homofobia
Manifestantes estenderam uma bandeira do movimento LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) no saguão da Assembleia e realizaram um 'beijaço' na frente dos PMs. "Não é mole não, ser feminista, mulher, negro e sapatão", gritou o grupo.